Doença é caracterizada pela presença de células do endométrio fora da cavidade uterina, causando diversos problemas no organismo feminino
A endometriose é uma condição crônica inflamatória que ocorre quando as células doentes semelhantes ao tecido que reveste o útero por dentro, chamadas células endometriais, se encontram fora da cavidade uterina.
Trata-se de uma doença benigna, mas que tem capacidade de invasão de tecidos e, por isso, pode ser bastante dolorosa para a paciente, interferir na fertilidade e gerar outros desconfortos que comprometem a qualidade de vida da mulher.
A endometriose em geral é encontrada na pelve. Os locais com maior frequência de acometimento são:
- Ovários (67%);
- Ligamentos útero-sacros (46%);
- Fundo de saco vaginal (30%);
- Bexiga (21%);
- Depois sigmoide, apêndice e ligamentos redondos.
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O que é a endometriose?
A endometriose é uma doença provocada pela presença células doentes do endométrio, fora do útero. Este tecido é bastante sensível às mudanças hormonais e, por isso, durante o ciclo menstrual, essas células endometriais, que estão fora do lugar correto, causam uma reação inflamatória muito intensa, pois, além dessas células produzirem uma série de mediadores inflamatórios, o organismo interpreta essas células ectópicas como um organismo estranho, enviando, também, células de defesa para a região.
Todos esses eventos são percebidos pela mulher como uma dor intensa no período menstrual e, a depender onde elas estão instaladas, podem provocar dor para urinar ou evacuar.
Principais sintomas
Os principais sintomas da endometriose são dor intensa durante a menstruação e dificuldades para engravidar. Outras manifestações comuns da doença são:
- Cólicas intensas, muitas vezes incapacitantes;
- Dor durante as relações sexuais;
- Fadiga crônica ou exaustão;
- Alterações intestinais ou urinárias durante a menstruação (dor e sangramento);
Dependendo do órgão afetado pela condição, os sintomas de dor podem se manifestar em outras áreas do corpo.
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Endometriose e fertilidade
Considerada uma das principais causas de infertilidade feminina, a endometriose promove mudanças anatômicas das estruturas pélvicas e outras alterações imunológicas e inflamatórias que podem comprometer a implantação embrionária, produção de folículos e fecundação, levando à dificuldade para engravidar.
Dependendo da localização das células endometriais, os tecidos inflamados podem gerar aderências pélvicas importantes que distorcem a anatomia pélvica até mesmo bloqueando as tubas uterinas.
Mulheres acometidas por endometriose que desejam engravidar, atualmente, contam com diversos tratamentos possíveis, que vão desde cirurgia a controle medicamentoso. Além disso, é possível optar por tratamentos de reprodução humana assistida. Cada caso deve ser avaliado por um ginecologista de maneira individualizada.
O que causa a condição?
As causas da endometriose ainda não são completamente esclarecidas pela medicina, sendo, atualmente, aceito que esta doença seja uma alteração multifatorial que esteja associada, principalmente, à herança genética e alterações no sistema imunológico.
Outros fatores considerados de risco para o desenvolvimento da condição são:
- Nunca ter engravidado;
- Consumo aumentado de gordura trans;
- Malformações genitais mullerianas que levam a obstrução do fluxo menstrual;
- Exposição a dietilestilbestrol na vida intrauterina;
Existem algumas teorias para explicar a origem da endometriose. Uma das mais antigas seria da menstruação retrógrada — em que as células endometriais descamadas na menstruação voltassem pelas tubas até a cavidade abdominal. Embora isso de fato ocorra, vários estudos mostram que a grande maioria das mulheres saudáveis têm essa menstruação retrógrada, e apenas algumas poucas desenvolvem a endometriose, de maneira que essa teoria não explica completamente o aparecimento da doença.
Como é feito o diagnóstico
A suspeita de endometriose geralmente é levantada quando a paciente comparece ao consultório ginecológico se queixando de cólica menstrual progressiva, dor pélvica, dor durante o sexo e dificuldade para engravidar. A confirmação do diagnóstico é feita a partir da história clínica minunciosamente questionada pela médica, exame físico detalhado e exames de imagem, que permitem também a identificação dos locais onde os tecidos endometriais se encontram e sua quantidade.
Dependendo da necessidade, o médico uroginecologista pode solicitar ainda exames complementares como:
- Ressonância magnética da pelve e do abdome;
- Ultrassom pélvico com preparo intestinal;
- Exames específicos de acordo com localização da endometriose e sintomas da paciente como colonoscopia, exame urodinâmico, uretrocistografia miccional etc.
Tratamentos e cuidados
A endometriose é uma doença crônica que normalmente regride espontaneamente com a chegada da menopausa, uma vez que há uma queda significativa na produção dos hormônios que estimulam o crescimento dos tecidos endometriais. O tratamento para a condição deverá ser conduzido de maneira particularizada, controlando os sintomas manifestados pela paciente.
Para mulheres mais jovens, uma opção de tratamento consiste no uso de anticoncepcionais que suspendem a menstruação. Os sintomas de dor podem ser controlados a partir da administração de analgésicos e anti-inflamatórios, enquanto o quadro de infertilidade deve ser tratado por um médico especializado em reprodução humana. Em casos mais graves, pode ser recomendada uma intervenção cirúrgica.
Quando a cirurgia de endometriose é recomendada?
Em geral, a cirurgia de endometriose é indicada quando:
– Os sintomas não podem ser controlados a partir dos tratamentos clínicos;
– Há a necessidade de excluir malignidade de lesões dos anexos ou risco de torção ovariana;
-Paciente tem contraindicações para tratamento clínico medicamentoso;
– Ocorre a recusa da paciente para tratamento clínico medicamentoso;
– Risco de obstrução intestinal pela endometriose;
– Risco de obstrução do trato urinário pela endometriose.
O procedimento tem como objetivo remover os focos de endometriose, retirando aderências, restabelecendo a anatomia feminina e eliminando os incômodos manifestados pela paciente.
A cirurgia de endometriose é uma cirurgia conservadora, isto é, tem o objetivo da remoção completa das lesões da doença, preservando os órgãos afetados, mantendo-os o mais intactos possíveis, visando a garantir a fertilidade da mulher. Habitualmente, é realizado a partir de videolaparoscopia ou robótica.
Em casos que há indicação de histerectomia (por outros motivos como miomas ou adenomiose) associada a remoção dos focos de endometriose, em mulheres sem desejo de engravidar, os estudos mostram que há menor chance de recidiva da endometriose.
No entanto, os casos de indicação de histerectomia são de exceção. Além disso, é importante frisar que se for realizada a histerectomia sem retirada das lesões de endometriose, o quadro clínico da endometriose ainda irá persistir.
É possível prevenir a doença?
O crescimento endometrial faz parte do ciclo reprodutivo feminino e, considerando que ainda não há um consenso sobre as causas da endometriose, é muito complicado falar em prevenção da doença. O ideal é que as mulheres estejam sempre atentas à sua saúde ginecológica, consultando-se regularmente com uma especialista e realizando exames de rotina.
Além disso, é importante que as pacientes conheçam seu próprio corpo e observem os sintomas manifestados ao longo do ciclo menstrual. A adoção de hábitos saudáveis, tais como alimentar-se adequadamente e praticar exercícios físicos, também pode ajudar na prevenção de doenças ginecológicas como um todo.
Para saber mais sobre endometriose e tirar suas dúvidas a respeito da doença, entre em contato e agende uma consulta com a Dra. Priscila Matsuoka.
Fontes: