Intervenção é indicada para aliviar sintomas graves da adenomiose e melhorar a qualidade de vida quando tratamentos clínicos não são eficazes
A adenomiose é uma condição ginecológica caracterizada pelo crescimento do tecido endometrial, que normalmente reveste o interior do útero, para dentro da parede muscular do útero (miométrio). Essa alteração causa dor e aumento do útero, levando a sintomas como dor menstrual intensa, sangramentos menstruais abundantes e dor pélvica crônica.
A gravidade da adenomiose pode variar significativamente. Em casos graves, a condição pode levar a dor debilitante, sangramentos profusos e anemia, além de contribuir para problemas de fertilidade. Esses quadros podem exigir a realização de uma cirurgia de adenomiose. Saiba mais sobre o procedimento a seguir!
Realize a cirurgia de adenomiose com uma médica especialista!
Quais os sintomas da adenomiose?
Os sintomas da adenomiose podem variar de leves a graves, e frequentemente incluem:
- Dor menstrual intensa;
- Sangramentos menstruais abundantes;
- Dor pélvica crônica;
- Dor durante ou após relação sexual;
- Algumas mulheres podem ter ciclos menstruais irregulares;
- Sensação de pressão ou inchaço na região abdominal;
- Em casos graves, a perda significativa de sangue pode levar à anemia, causando fadiga e fraqueza.
Como diagnosticar a adenomiose?
O diagnóstico de adenomiose pode ser realizado a partir de uma combinação entre avaliações clínicas e exames. Os métodos envolvidos incluem:
- Avaliação clínica dos sintomas e realização de exame físico;
- Ultrassonografia transvaginal;
- Ressonância magnética;
- Biópsia endometrial;
- Histopatologia.
Mas em geral, com história clínica, exame físico e ultrassom transvaginal é possível fechar o diagnóstico.
Tratamento especializado para adenomiose. Entre em contato!
Tratamento da adenomiose: quando realizar a cirurgia?
O tratamento da adenomiose depende da gravidade dos sintomas e do desejo da paciente em manter a fertilidade. As opções vão desde tratamentos medicamentosos até realização de cirurgia de adenomiose. Em geral, a intervenção é indicada em situações específicas, como:
- O tratamento clínico (com medicamentos hormonais ou anti-inflamatórios) não alivia adequadamente sintomas como dor pélvica intensa, cólicas severas e sangramento menstrual excessivo;
- A paciente apresenta deterioração acentuada da qualidade de vida devido à adenomiose;
- A mulher não deseja engravidar futuramente e quer solucionar definitivamente a adenomiose;
- Já foram tentados tratamentos menos invasivos, como o uso do dispositivo intrauterino hormonal.
Como a cirurgia de adenomiose é realizada?
A cirurgia de adenomiose pode ser realizada de diferentes maneiras, dependendo do tipo de intervenção necessária, do estado de saúde da paciente e dos sintomas apresentados. Existem dois tipos principais de intervenção: a metodologia conservadora e a histerectomia. A escolha do procedimento a ser realizado depende dos sintomas e do desejo da paciente em preservar a fertilidade.
Histerectomia
A histerectomia é o tratamento definitivo para a adenomiose, indicado quando a paciente não deseja mais engravidar e o tratamento clínico falhou. A cirurgia remove o útero, eliminando os sintomas da adenomiose. O procedimento pode ser total, no qual é removido o útero em sua totalidade, ou subtotal, no qual o colo do útero é preservado.
A histerectomia pode ser realizada por videolaparoscopia ou robótica, métodos minimamente invasivos que envolvem pequenas incisões abdominais e uso de uma câmera, por via vaginal (sem necessidade de incisões no abdômen) ou por uma incisão maior no abdômen (cirurgia aberta).
Cirurgia conservadora
Essa abordagem de cirurgia de adenomiose visa remover o tecido adenomiótico e, ao mesmo tempo, preservar o útero. Esta é uma opção geralmente indicada para mulheres que desejam ter filhos e pode ser executada apenas em casos bastante particulares, em que a adenomiose é focal e se apresenta como adenomioma.
No entanto, vale ressaltar que a cirurgia conservadora é pouco indicada devido a uma séries de dificuldades da doença, com destaque para:
- Os focos de adenomiose são bastante difíceis de ressecar por conta da falta de limite do tecido normal e tecido doente. Diferentemente do que acontece com os miomas uterinos, que apresentam limites bem definidos;
- Ressecção completa das lesões é quase impossível numa cirurgia conservadora;
- A cicatriz produzida na cirurgia conservadora de adenomiose pode prejudicar uma gestação futura, podendo levar a uma maior chance de rotura uterina.
Cirurgia robótica e adenomiose
A cirurgia robótica é, atualmente, uma opção muito boa para o tratamento cirúrgico da adenomiose, especialmente em casos que envolvem histerectomia ou remoção localizada do adenomioma. Essa técnica é minimamente invasiva e oferece maior precisão, menor invasividade e uma recuperação mais rápida em comparação às abordagens tradicionais, como a laparoscopia e a laparotomia.
Neste tipo de cirurgia de adenomiose, a cirurgiã controla os braços do robô para executar a intervenção com maior precisão. Esse sistema é composto por braços robóticos equipados com instrumentos cirúrgicos e uma câmera 3D de alta definição, que oferece uma visão ampliada do campo operatório. A cirurgiã manipula os instrumentos a partir de um console que replica os movimentos da cirurgiã de forma precisa e com amplitude maior do que, por exemplo, as pinças laparoscópicas.
Cuidados após a cirurgia de adenomiose
Após a cirurgia de adenomiose, os cuidados pós-operatórios são essenciais para garantir uma recuperação adequada e prevenir complicações. O tipo de cirurgia realizada e a via de abordagem (vaginal, aberta, laparoscópica ou robótica) influenciam o tempo de recuperação e os cuidados necessários, mas algumas orientações gerais se aplicam a todos os casos:
- Repouso nas primeiras semanas, de modo a permitir que o corpo se recupere adequadamente. O tempo de repouso varia conforme o tipo de cirurgia, sendo mais curto em casos de cirurgia robótica ou laparoscópica;
- Administração de medicamentos conforme prescrito pelo especialista, de modo a aliviar desconfortos e prevenir infecções;
- Manter os curativos limpos e secos, observando sinais de infecção;
- Seguir uma dieta equilibrada e rica em fibras, de modo a evitar constipação intestinal após a cirurgia;
- Hidratar-se adequadamente;
- Comparecer às consultas de retorno, de modo a acompanhar a evolução do tratamento e recuperação;
- Retorno às atividades sexuais após liberação médica.
Como é a recuperação cirúrgica?
A recuperação da paciente que foi submetida a uma cirurgia de adenomiose varia de acordo com o tipo de procedimento e via de acesso realizada (cirurgia aberta, vaginal, laparoscópica ou robótica) e geralmente envolve uma combinação de cuidados imediatos e ao longo dos dias. Nos primeiros dias após a cirurgia, a paciente geralmente fica no hospital para monitoramento e controle da dor.
Após a alta hospitalar, a paciente continua a recuperação em casa. O foco é o repouso e a cicatrização adequada, sendo recomendado que a mulher evite atividades extenuantes, incluindo levantar objetos pesados, subir escadas excessivamente ou fazer exercícios físicos intensos. No entanto, pequenas caminhadas pela casa são encorajadas para estimular a circulação.
Nesse período, também é importante manter os cortes limpos e secos, sempre monitorando sinais de infecção. A alimentação deve ser balanceada e rica em fibras, pois a anestesia e a imobilidade podem causar constipação. Também é essencial manter-se bem hidratada.
A partir da segunda semana após a cirurgia de adenomiose, a tendência é que a paciente comece a se sentir mais confortável. Em geral, passa a ser liberada a retomada de atividades leves do dia a dia, evitando apenas esforços intensos.
Para saber mais sobre a cirurgia de adenomiose e tirar suas dúvidas a respeito desta intervenção, entre em contato e agende uma consulta com a Dra. Priscila Matsuoka.
Fontes: