Patologia que não afeta apenas mulheres adultas, a endometriose pode impactar a qualidade de vida e o rendimento escolar das adolescentes
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a endometriose na adolescência é uma doença que acomete de 25% a 38% das jovens com relato de dor pélvica crônica, causando grandes impactos à qualidade de vida destas pacientes. Esta condição pode ser explicada como o crescimento de tecido endometrial doente (tecido que reveste a cavidade uterina) fora do útero.
Assim, dado que a endometriose na adolescência pode causar dor impactante e cólicas menstruais fortes, o quadro pode interferir no rendimento escolar, resultando também em faltas na escola. Por isso, reconhecer sinais de endometriose na adolescência e obter um diagnóstico precoce é importante para garantir mais qualidade de vida.
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A endometriose pode surgir na adolescência?
Sim. Segundo a Febrasgo, a endometriose é uma das causas mais comuns de cólica menstrual na adolescência, e pressupõe-se que grande parte dessas pacientes têm uma predisposição genética para desenvolver essa patologia. Estudos apontam que aproximadamente 60% das mulheres com endometriose informam que seus sintomas relacionados à doença começaram antes dos 20 anos.
Principais sintomas da endometriose na adolescência
Os sintomas da endometriose na adolescência podem variar entre as pacientes, sendo que a cólica menstrual isolada não é o mais comum encontrado nessa faixa etária. Portanto, é essencial estar atenta a qualquer sinal que possa indicar a presença dessa condição, para buscar atendimento médico e iniciar o tratamento. Se uma adolescente reclama de cólica forte, precisamos nos atentar e parar de normatizar que a cólica menstrual dói muito e “sempre será assim mesmo”.
Dores abdominais periódicas ou constantes
A dor abdominal é um sintoma comum da endometriose na adolescência, que costuma ser mais intensa durante o ciclo menstrual, período em que o tecido endometrial se prolifera devido aos estímulos hormonais.
Dor na relação sexual
A dispareunia, ou seja, a dor durante a relação sexual, também pode ser um sinal indicativo de endometriose na adolescência, e por isso é fundamental que as jovens se sintam à vontade para relatar qualquer desconforto dessa natureza a seus médicos.
Fortes cólicas menstruais
As cólicas menstruais intensas e incapacitantes podem ser muito debilitantes e impactar negativamente a qualidade de vida da jovem, levando a um alto grau de absenteísmo escolar.
Problemas intestinais
Quando o tecido endometrial se aloja no sistema digestivo, a paciente pode experimentar sintomas como constipação, inchaço e desconforto abdominal, além de dor durante a evacuação.
Desconforto ao urinar
O desconforto ou dor ao urinar pode estar relacionado à endometriose na adolescência e deve ser investigado por um profissional de saúde para evitar que a proliferação do tecido no trato urinário cause sintomas graves.
Como diagnosticar a endometriose na adolescência
O diagnóstico precoce da endometriose na adolescência é crucial para garantir um tratamento adequado e melhor qualidade de vida. Assim, a Febrasgo define que a investigação inicial desse quadro deve conter uma avaliação clínica completa, incluindo a revisão dos sintomas e histórico médico da adolescente.
No que concerne a exames de imagem, temos que atentar para uma série de particularidades da faixa etária. Primeiro, precisamos avaliar se a paciente é virgem, o que limitaria uma série de exames via vaginal. Além disso, a maioria dos casos nas adolescentes são de endometriose superficial, o que, em geral, não costuma aparecer em exames de imagem. Em casos em que o tratamento inicial foi feito e não houve melhora do quadro, podemos sugerir a ressonância magnética de abdômen e pelve com preparo intestinal.
Tratamentos indicados para endometriose na adolescência
Os tratamentos para a endometriose na adolescência devem ser definidos pela ginecologista conforme os sintomas da paciente e a localização dos focos endometriais.
De forma geral, o tratamento inicial é baseado no uso de anti-inflamatórios que ajudam a reduzir a dor causada pela doença e anticoncepcionais orais de uso contínuo. A depender da preferência da paciente, o anticoncepcional oral pode ser substituído pelo anel vaginal, pelo dispositivo intrauterino hormonal, pelo contraceptivo injetável, pelo implante subdérmico ou, ainda, pelo adesivo anticonceptivo.
Caso tais medidas farmacológicas não sejam suficientes para o controle adequado dos sintomas, deve-se analisar a necessidade e os benefícios de realizar uma cirurgia laparoscópica ou robótica para remover os focos de endométrio que causam a dor. A cirurgia para endometriose na adolescente é indicada para pacientes com dor pélvica crônica de difícil manejo e que não melhoraram com outros tratamentos.
Vale ressaltar, ainda, que o tratamento da endometriose na adolescência não é necessariamente o mesmo que o da mulher adulta. Portanto, o diagnóstico e tratamento devem sempre ser feitos por uma médica capacitada e experiente, como a Dra. Priscila Matsuoka.
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