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Endometriose na bexiga: sintomas, diagnóstico e tratamento

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Paciente com dor na bexiga, em consulta com médica.
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

A endometriose na bexiga pode ser tratada com técnicas cirúrgicas diferentes a depender da gravidade e extensão das lesões

A endometriose é uma condição que afeta aproximadamente 10% das mulheres entre 25 e 40 anos de idade, e ocorre quando o tecido que normalmente reveste o interior do útero (o endométrio) cresce fora dele, causando dor e desconforto. A depender da forma de disseminação desse tecido, a endometriose pode alcançar diversos órgãos e regiões do corpo, tal como a bexiga.

Quais os sintomas da endometriose na bexiga?

A endometriose na bexiga pode causar vários sintomas que afetam a qualidade de vida da mulher, os quais são desencadeados conforme o local em que o tecido endometrial está crescendo. Assim, ao notar quaisquer destes sintomas, é importante procurar um uroginecologista para investigar a causa, independente da intensidade com que eles aparecerem.

  • Sensação de irritação da bexiga;
  • Micção frequente com intervalos menores de 1h;
  • Necessidade urgente de urinar;
  • Dor quando a bexiga está cheia;
  • Sensação de ardor ou dor ao urinar;
  • Sangue ocasional na urina durante um período;
  • Dor pélvica crônica;
  • Dor para ter relação sexual;
  • Em alguns casos, dor lombar (na área dos rins).

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico de endometriose na bexiga pode ser difícil devido à sua natureza variável e inespecífica. Geralmente, a investigação começa com um exame físico e uma análise dos sintomas apresentados pela paciente e, em seguida, o médico pode realizar exames de urina e exames de imagem que ajudam a visualizar as lesões características do quadro. No exame de urina pode-se encontrar presença de sangue, indicando sangramento na bexiga. Os principais métodos utilizados pelo ginecologista para diagnosticar a endometriose na bexiga são o ultrassom transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética de abdômen e pelve com preparo intestinal. A cistoscopia é solicitada em casos específicos.

Ultrassonografia

A ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal é um exame de imagem não invasivo que usa ondas para criar imagens da bexiga e dos órgãos circundantes. Assim, a ultrassonografia é uma forma simples e valiosa de fazer a avaliação inicial para a endometriose na bexiga, pois pode ajudar a identificar cistos de endometriose, nódulos ou espessamentos na parede do órgão, além de outras condições que podem estar causando sintomas semelhantes.

Cistoscopia

A cistoscopia é um procedimento em que há a inserção de um tubo fino com uma câmera (cistoscópio) na bexiga através da uretra. Isso permite que o médico visualize diretamente a bexiga e procure lesões de endometriose, bem como pode remover amostras de tecido para confirmar o diagnóstico com uma biópsia. No entanto, a cistoscopia é solicitada quando há suspeita de invasão da bexiga pela endometriose ou para excluir casos de câncer, porque lesões que acometem o peritônio da bexiga (parte externa da bexiga) não podem ser visualizadas pela cistoscopia.

Ressonância magnética

A ressonância magnética (RM) é um exame de imagem que usa um campo magnético e ondas de rádio para produzir imagens detalhadas da bexiga e dos órgãos circundantes, ajudando a visualizar lesões mínimas de endometriose, bem como outras condições que possam causar sintomas semelhantes. Portanto, é uma ferramenta útil principalmente na avaliação pré-operatória, pois permite que o médico planeje a cirurgia com mais precisão.

Tratamento cirúrgico para endometriose na bexiga

Em grande parte dos casos, a cirurgia é necessária para tratar a endometriose na bexiga em mulheres sintomáticas, principalmente se os sintomas forem graves ou afetarem a qualidade de vida da paciente. A cirurgia de ressecção de endometriose, em geral, pode ser realizada por via laparoscópica e robótica. A depender da extensão da doença, pode ser preciso realizar uma remoção parcial da bexiga, o que pode ser necessário em casos mais graves de endometriose, nos quais as lesões são muito extensas e profundas.

Durante o procedimento, é possível que o cirurgião remova a região afetada da bexiga e a reconstrua utilizando tecido saudável. Em alguns casos, pode ser necessário realizar o reimplante do ureter, a depender da localização da lesão de endometriose. É importante ressaltar, no entanto, que na maioria dos casos, as ressecções são pontuais e não é necessária a realização do reimplante ureteral.

No entanto, a escolha do melhor tratamento cirúrgico para a endometriose na bexiga depende tanto da gravidade do quadro e dos sintomas que afetam a mulher quanto da experiência do médico, sendo extremamente importante escolher uma equipe experiente multiprofissional para realizar a cirurgia.

Entre em contato com a Dra. Priscila Matsuoka.

Fonte:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)

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à saúde da mulher

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