O aborto de repetição ocorre devido a fatores genéticos, hormonais, imunológicos ou anatômicos
O aborto espontâneo ocorre quando ocorre a perda gestacional antes das 20 semanas de gestação, com o feto pesando menos de 500 gramas. Quando a perda gestacional acontece duas ou mais vezes consecutivas, isso é denominado aborto de repetição. Essa condição pode impactar profundamente a vida de uma mulher, tornando fundamental a busca por orientação médica para identificar as causas e iniciar o tratamento adequado.
Cuide da sua saúde com a Dra. Priscila Matsuoka!
O que pode causar aborto de repetição?
Existem diversas causas para o aborto de repetição, sendo a genética uma das principais delas. Anomalias cromossômicas no embrião, aneuploidias ou rearranjos cromossômicos estão entre as causas mais frequentes. Outras causas comuns incluem:
- Alterações uterinas, como miomas, adenomiose, sinéquias intrauterinas e pólipos endometriais, que interferem na vascularização do endométrio e dificultam a implantação do embrião;
- Malformações uterinas, que podem impedir a formação de um ambiente adequado para o desenvolvimento do embrião;
- Diabetes mal controlada, síndrome dos ovários policísticos;
- Trombofilias, como a síndrome do anticorpo antifosfolípide, que aumentam o risco de complicações vasculares e afetam a circulação sanguínea no útero;
- Alterações na receptividade endometrial que dificultam a fixação do embrião;
- Incompetência istmocervical, condição em que o colo do útero não consegue se manter fechado, impedindo a manutenção da gestação;
- Hábitos prejudiciais, como alcoolismo, tabagismo e uso de drogas, que afetam diretamente o desenvolvimento embrionário.
Como os abortos de repetição são diagnosticados?
O aborto de repetição pode ter diversas causas; por isso, o diagnóstico é feito com uma combinação de exames. Os testes laboratoriais incluem a dosagem de hormônios essenciais para a reprodução, os exames de sangue para investigar a presença de alterações hormonais, o cariótipo dos pais e os testes específicos para investigar a trombofilia.
Exames de imagem também ajudam a identificar a causa do aborto de repetição. A ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética proporcionam uma visualização detalhada, permitindo detectar malformações congênitas do útero, além de alterações relacionadas a condições como miomas e pólipos endometriais.
A histeroscopia diagnóstica é frequentemente usada no diagnóstico de aborto de repetição, pois oferece uma visualização detalhada da cavidade uterina e a avaliação do endométrio. Durante o exame, uma câmera é inserida no canal vaginal e então é introduzido soro fisiológico para expandir o útero, possibilitando a identificação precisa de miomas, pólipos e outras anomalias.
É possível tratar o aborto de repetição?
Em diversos casos, o aborto de repetição pode ser tratado, o que eleva as chances de uma gestação bem-sucedida. Para isso, é preciso consultar uma ginecologista especializada, que realizará uma investigação minuciosa para identificar a causa subjacente e, assim, iniciar o tratamento adequado. O acompanhamento médico é importante tanto antes quanto durante a gravidez, detectando possíveis complicações precocemente.
Como tratar o aborto de repetição?
O tratamento do aborto de repetição depende da causa identificada nos exames. Se for detectado um desequilíbrio hormonal, o tratamento pode incluir a reposição dos hormônios em questão. No caso de miomas uterinos, sinéquias uterinas ou pólipos endometriais, pode ser necessário realizar procedimentos cirúrgicos para remover essas formações e melhorar o ambiente uterino.
Para mulheres com trombofilia, são prescritos anticoagulantes para prevenir a formação de coágulos durante a gestação ou aspirina em baixas doses. Em caso de incompetência istmocervical, pode ser realizada a cerclagem.
Quando o aborto de repetição é causado por alterações cromossômicas ou os tratamentos anteriores não têm sucesso, a Fertilização in Vitro (FIV) pode ser recomendada. A FIV é uma técnica de reprodução assistida que consiste em formar embriões em laboratório a partir da coleta de óvulos e espermatozoides. Os embriões escolhidos para a implantação no útero são aqueles que passam por testes genéticos e possuem maior chance de sucesso.
Gestação após abortos: pode trazer riscos ao bebê?
A gestação após aborto de repetição pode apresentar riscos dependendo das causas das perdas gestacionais anteriores, que geralmente dificultam a implantação do embrião no útero. Mesmo quando ocorre a fixação, essas condições podem criar um ambiente desfavorável para o desenvolvimento da gestação, aumentando o risco de parto prematuro e restrição do crescimento fetal, entre outras complicações.
No entanto, com o tratamento adequado e o acompanhamento médico especializado antes da gravidez, é possível tratar as causas do aborto de repetição, controlando muitos desses riscos associados e aumentando as chances de uma gestação saudável e segura para a mãe e o bebê.
Como ter uma gestação segura?
Para garantir uma gestação segura, é essencial iniciar o acompanhamento médico desde antes de engravidar, principalmente em casos de aborto de repetição. Esse cuidado permite verificar alterações hormonais, identificar patologias e controlar doenças preexistentes. Além disso, outras medidas importantes incluem:
- Manter uma dieta balanceada, rica em ácido fólico, ferro, cálcio e proteínas, essenciais para o desenvolvimento do bebê;
- Realizar o acompanhamento pré-natal regularmente;
- Tomar as vacinas recomendadas;
- Manejar o estresse;
- Praticar exercícios físicos leves para melhorar a circulação sanguínea e aliviar desconfortos comuns na gestação;
- Garantir uma boa qualidade de sono;
- Manter-se hidratada, prevenindo a desidratação e a constipação.
Entre em contato com a Dra. Priscila Matsuoka para agendar sua consulta!
Fontes:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia