O útero baixo pode ser causado por gravidez, parto vaginal, envelhecimento e obesidade, possuindo tratamento clínico ou cirúrgico
O útero baixo, também conhecido como prolapso uterino, ocorre quando o útero se desloca para uma posição mais baixa na pelve, diminuindo a distância entre o colo do útero e a vulva, que é a parte externa da vagina. Essa condição pode variar em intensidade e é classificada em diferentes graus, dependendo do nível de descida do útero.
No grau 1, o útero tem um leve deslocamento para baixo em direção à vagina. No grau 2, o útero desce mais, aproximando-se da vulva. No grau 3, o útero pode ser visualizado na vulva, parcialmente exposto fora da abertura vaginal. Já no grau 4, que é a forma mais grave, todo o útero se projeta para fora da vulva, exigindo atenção médica especializada para o tratamento adequado.
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O que faz o útero “cair”?
O útero baixo ocorre quando os músculos e ligamentos que sustentam o útero enfraquecem, não conseguindo sustentar o órgão e permitindo que ele se desloque de sua posição. Esse enfraquecimento pode ter diversas causas, sendo o envelhecimento e as quedas hormonais após a menopausa as mais comuns, pois afetam os ligamentos da pelve.
Além disso, a gravidez e o parto vaginal podem influenciar, principalmente quando são múltiplos partos, o bebê é maior que 4.000 g ou o período expulsivo foi longo e difícil. O aumento da pressão intra-abdominal, proveniente de condições como tosse crônica, constipação ou levantamento inadequado de pesos durante atividades físicas, também é um fator de risco para o útero baixo.
A predisposição genética pode tornar algumas mulheres mais vulneráveis a ter útero baixo, além de fatores secundários como hérnias abdominais, flacidez abdominal e tumores pélvicos. Mulheres que já passaram por cirurgias pélvicas também podem ter maior chance de desenvolver o problema, assim como as obesas.
Quais são os sintomas de útero baixo?
Os sintomas podem variar de leve a intenso. Em casos mais leves, como no prolapso uterino de grau 1 ou 2, a condição pode ser assintomática e descoberta apenas durante o exame físico. Entre os sinais mais comuns, estão:
- Dificuldade para urinar ou evacuar;
- Dor ou desconforto durante a relação sexual;
- Sensação de pressão ou peso na região pélvica;
- Proeminência da vagina;
- Sensação de que algo está saindo pela vagina;
- Dor na região inferior do abdômen ou nas costas;
- Sangramentos vaginais anormais;
- Ulcerações no útero.
Como o diagnóstico é realizado?
O diagnóstico do útero baixo é realizado pela uroginecologista por meio de uma avaliação detalhada do histórico médico da paciente e dos sintomas que ela apresenta, além de informações relacionadas a partos anteriores, idade e histórico de doenças pélvicas. O exame físico pode ser realizado, com medições específicas para avaliar prolapso genital, que permite avaliar a posição do útero e verificar se ele está mais baixo do que o normal.
Em alguns casos, exames complementares podem ser necessários para auxiliar na programação do tratamento a ser proposto para prolapso uterino. O ultrassom transvaginal é um exame frequentemente solicitado, pois oferece uma visão detalhada da anatomia pélvica e é usado, inclusive, para avaliar se há doenças uterinas ou ovarianas associadas.
Quais são os tratamentos do útero baixo?
O tratamento para prolapso uterino depende de diversas variáveis, como comorbidades da paciente, expectativa de vida, desejo de engravidar ou preservar o útero, grau do prolapso e desejo da paciente.
Para casos leves de útero baixo, é possível optar por tratamentos não invasivos, como a fisioterapia pélvica, que fortalece os músculos do assoalho pélvico, ou a terapia hormonal para mulheres na menopausa. Em casos mais avançados, em que a paciente não deseja ou não pode operar, optamos pelo uso do pessário vaginal, um dispositivo de silicone que é inserido na vagina para apoiar o útero e reduzir o prolapso.
Nos casos mais graves de útero baixo, a cirurgia é geralmente recomendada. As opções cirúrgicas incluem as que preservam o útero, como a histeropexia, que reposiciona o útero ou reforça os ligamentos pélvicos, e a histerectomia, em que há remoção total do útero, indicada para mulheres que não desejam mais ter filhos.
É importante ressaltar que na histerectomia para correção de prolapso uterino, além da retirada do útero é feito o reposicionamento dos ligamentos que sustentam a cúpula vaginal, podendo ou não serem utilizadas telas sintéticas para auxiliar a sustentação.
Os procedimentos cirúrgicos podem ser feitos via vaginal ou via abdominal, com auxílio da cirurgia laparoscópica ou robótica. A escolha adequada de cada técnica deve ser discutida entre o paciente e a cirurgiã uroginecologista para avaliar vantagens e desvantagens em cada abordagem.
Como prevenir o prolapso uterino?
A prevenção do útero baixo envolve várias medidas para fortalecer os músculos pélvicos e reduzir os fatores de risco. Manter um peso saudável é essencial, já que o excesso de peso pode aumentar a pressão sobre o assoalho pélvico, contribuindo para o prolapso uterino. Prevenir a constipação também é importante, pois o esforço excessivo durante a evacuação pode prejudicar os músculos pélvicos.
Outras medidas recomendadas para evitar o útero baixo incluem:
- Adotar uma dieta equilibrada e praticar atividades físicas regularmente;
- Ter uma dieta rica em fibras e ingestão adequada de água para manter o intestino regular e reduzir a pressão na região pélvica;
- Tratar condições médicas, como asma ou bronquite, que podem causar tosse crônica;
- Realizar exercícios de baixo impacto para fortalecer os músculos da região abdominal;
- Executar exercícios, como o levantamento de pesos, apenas com orientação profissional, para evitar sobrecarregar a região pélvica;
- Evitar o cigarro, pois o tabagismo está associado à tosse crônica, que aumenta a pressão abdominal e enfraquece os músculos do assoalho pélvico;
- Manter consultas ginecológicas regulares para monitorar e identificar precocemente sinais de útero baixo.
Entre em contato com a Dra. Priscila Matsuoka para agendar sua consulta!
Fonte:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)