A adenomiose pode dificultar a concepção devido à inflamação e alterações no útero
O útero é formado pelo endométrio, que é o revestimento interno, o miométrio, a camada muscular intermediária, e a serosa, a camada. Na adenomiose, o tecido endometrial, que normalmente se encontra apenas no revestimento do útero, começa a invadir as camadas musculares do miométrio. Isso faz com que o endométrio e o miométrio se misturem, resultando em uma alteração na estrutura, o que pode causar sintomas.
A adenomiose pode ser classificada de acordo com a profundidade da infiltração do tecido endometrial nas camadas do miométrio e distribuição, acometendo mais ou menos que 50% do miométrio. Além disso, a condição pode ser focal, quando afeta uma área específica do útero, ou difusa, quando se espalha por toda a parede uterina. Dependendo da gravidade, a adenomiose causa infertilidade na paciente, sendo necessário tratamentos para fertilidade.
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Causas e fatores de risco da adenomiose
Antes de saber como a adenomiose causa infertilidade, é importante entender que as causas exatas da condição ainda não são totalmente compreendidas, mas existem algumas teorias sobre o seu desenvolvimento. Uma das hipóteses é de que a adenomiose seja congênita, ou seja, presente desde o nascimento, como resultado de uma alteração na formação uterina que ocorre durante o período embrionário.
Por outro lado, alguns especialistas sugerem que a adenomiose seja uma condição adquirida, que se desenvolve ao longo da vida, especialmente após fatores que causam lesões no útero, como cirurgias uterinas, cesarianas ou, ainda, múltiplas gestações. Semelhante à endometriose, essa condição também é influenciada pelo hormônio estrogênio.
Os fatores de risco para o desenvolvimento da adenomiose são:
- Mulheres entre 40 e 50 anos;
- Primeira menstruação precoce, geralmente antes dos 11 anos de idade;
- Ciclos menstruais com menos de 24 dias de intervalo;
- Histórico de gestações anteriores;
- Abortos espontâneos;
- Cirurgias uterinas.
Sintomas da adenomiose
Em muitos casos, a adenomiose é assintomática ou causa apenas desconforto leve. Conforme a condição evolui, agrava-se um processo inflamatório que pode resultar na formação de pequenas bolsas, chamadas de cistos endometriais, provocando sintomas. As pacientes sintomáticas costumam relatar:
- Aumento do fluxo menstrual e sangramento prolongado;
- Cólicas menstruais intensas, que podem ocorrer antes ou durante o período menstrual;
- Sangramento entre os períodos menstruais;
- Dor pélvica crônica, que pode ser constante mesmo fora do período menstrual;
- Dor durante as relações sexuais;
- Aumento do volume uterino;
- Sensibilidade uterina e pressão abdominal;
- Inchaço ou sensação de plenitude na região abdominal.
Esses sintomas podem ter consequências a longo prazo, como o agravamento da dor e até o desenvolvimento de anemia devido à perda excessiva de sangue. Além disso, a adenomiose causa infertilidade, uma vez que é uma condição comum em mulheres em idade reprodutiva. Consequentemente, os sintomas apresentados podem desaparecer após a menopausa, quando os níveis hormonais diminuem.
Adenomiose causa infertilidade?
A relação entre a adenomiose e infertilidade ainda não é completamente clara. Além disso, o fato também de muitas mulheres com adenomiose apresentarem outras doenças concomitantemente que podem prejudicar a fertilidade, como miomatose uterina e endometriose, podem ser fatores que dificultam atribuir a infertilidade tão somente a adenomiose.
Os estudos apresentam alguns fatores que explicam por que a adenomiose causa infertilidade. Uma das hipóteses é que a deformidade da cavidade endometrial por adenomiomas prejudique o transporte do esperma pelas trompas de Falópio, o que dificulta a fecundação. Outro fator pode estar relacionado com a função endometrial alterada, levando a um ambiente pró-inflamatório, problema que torna o ambiente uterino menos favorável à implantação do embrião.
As alterações estruturais do útero, como o aumento de seu volume e a formação de cistos endometriais, também explicam como a adenomiose causa infertilidade, já que também são questões que interferem na implantação do embrião. Todas essas mudanças na forma e no funcionamento do útero aumentam as chances de infertilidade, embora nem todas as mulheres com adenomiose apresentem dificuldades para engravidar.
Tratamento de infertilidade causada por adenomiose
Os tratamentos para a adenomiose podem ser clínicos ou cirúrgicos. No caso dos tratamentos clínicos, o objetivo é aliviar os sintomas com o uso de medicamentos para interromper o ciclo menstrual. A única forma definitiva de tratar a adenomiose é a remoção do útero ou a chegada da menopausa. Como a adenomiose causa infertilidade em pacientes em idade fértil, as mulheres que desejam engravidar não são submetidas a esses tratamentos.
Nos casos de adenomiose focal, quando o tecido endometrial cresce de forma localizada no miométrio, a cirurgia pode ser indicada para remover essas áreas afetadas. O procedimento tem como objetivo remover o tecido endometrial que está invadindo o miométrio, o que pode aliviar os sintomas e melhorar as chances de gravidez quando a adenomiose causa infertilidade, caso o tecido endometrial não tenha invadido as camadas mais internas do miométrio. No entanto, a cirurgia está reservada para casos muito específicos, em que a adenomiose se encontra mais restrita na forma de adenomioma.
A remoção do tecido pode ajudar a reduzir a inflamação e melhorar o ambiente uterino, tornando-o mais receptivo à implantação do embrião. No entanto, a eficácia da cirurgia depende da extensão da adenomiose e da saúde geral do útero. Em muitos casos em que a adenomiose causa infertilidade, a operação pode ser combinada com tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), para aumentar as chances de gravidez.
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Fontes
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)