O diagnóstico e o tratamento da adenomiose difusa podem ser desafiadores e, por isso, devem sempre ser acompanhados por um especialista
A adenomiose difusa é uma das formas da adenomiose, uma condição ginecológica na qual o tecido endometrial (que reveste o interior do útero) começa a crescer dentro do miométrio (a parede muscular uterina). Esse crescimento anormal pode causar diversos sintomas de difícil controle, como dor intensa e sangramento menstrual excessivo.
A Dra. Priscila Matsuoka é especialista em adenomiose. Entre em contato!
O que é adenomiose difusa?
A adenomiose difusa é uma forma mais extensa da adenomiose, caracterizada pela disseminação do tecido endometrial por todo o miométrio. Nesse tipo de adenomiose, o útero geralmente aumenta de tamanho, desencadeando desconforto e sintomas mais intensos do que na adenomiose focal.
Assim, devido à natureza difusa da condição, os sintomas podem ser difíceis de gerenciar e o tratamento pode exigir abordagens mais específicas, demandando um acompanhamento médico altamente especializado.
Causas e fatores de risco da adenomiose difusa
As causas exatas da adenomiose difusa não são completamente compreendidas, mas acredita-se que esteja relacionada com condições que facilitam a disseminação das células endometriais pelo útero, como:
- Trauma uterino;
- Cirurgias prévias, incluindo cesárea;
- Partos;
- Curetagens.
Além disso, fatores hormonais, como níveis elevados de estrogênio, parecem ter um papel significativo na progressão da adenomiose, que é mais comum em mulheres entre 40 e 50 anos, especialmente naquelas que já tiveram filhos.
No entanto, vale destacar que essa condição também pode ocorrer em mulheres mais jovens, mesmo na ausência de fatores de risco evidentes, o que torna a compreensão completa da doença ainda mais desafiadora.
Quais são os sintomas da adenomiose difusa?
A adenomiose difusa pode se manifestar com diversos sintomas, sendo que, a depender da intensidade, pode afetar de maneira significativa a qualidade de vida da mulher. Os principais estão expostos a seguir.
Menstruação dolorosa (dismenorreia)
A dor em cólica durante a menstruação, na região abdominal, é um dos sintomas mais comuns da adenomiose difusa. Esse sintoma pode ser intenso e persistente, iniciando alguns dias antes do período menstrual e continuando durante todo o ciclo.
Sangramento menstrual intenso
Mulheres com adenomiose difusa frequentemente relatam menorragia, que é um sangramento menstrual anormalmente intenso ou prolongado. Esse sintoma pode levar à anemia, devido à perda excessiva de sangue, e nunca deve ser ignorado.
Dor pélvica crônica
A dor pélvica, que não está necessariamente associada ao ciclo menstrual, pode ser uma queixa constante para aquelas que sofrem de adenomiose difusa. Esse é um dos sintomas que mais causa impacto às atividades diárias, pois não cessa com o fim da menstruação e costuma ser intenso.
Atente-se as causas e sintomas da adenomiose difusa!
Aumento do volume uterino
O aumento do útero devido à implantação de células endometriais no miométrio pode causar uma sensação de peso ou pressão na pelve. A depender do grau de adenomiose difusa, o aumento do volume uterino pode ser sentido durante o exame físico pela médica ginecologista.
Relações sexuais dolorosas
A dor durante a relação sexual – sintoma chamado de dispareunia – também está comumente associada à adenomiose difusa. Esse desconforto costuma ocorrer mais profundamente quando pênis atinge o útero.
Infertilidade
A adenomiose difusa pode dificultar a gravidez, sendo uma causa potencial de infertilidade. Isso porque a presença de tecido endometrial no miométrio pode interferir na implantação do embrião ou causar complicações durante a gestação. No entanto, por estar, em geral, associada a outras patologias ginecológicas, como endometriose e miomatose uterina, pode não ser o principal fator de infertilidade.
Como o diagnóstico é realizado?
O diagnóstico da adenomiose difusa pode ser desafiador, uma vez que seus sintomas são inespecíficos, podendo ocorrer em diversas outras condições ginecológicas, como miomas ou endometriose. Por isso, mulheres com dor intensa e alterações no ciclo menstrual devem sempre procurar uma especialista experiente para que o diagnóstico seja assertivo.
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o diagnóstico pode ser confirmado depois da suspeita do médico por meio de exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética. Esses exames podem identificar o espessamento do miométrio e a presença do tecido endometrial infiltrado, confirmando, então, a suspeita clínica.
Qual é o tratamento da adenomiose difusa?
O tratamento da adenomiose difusa depende da gravidade dos sintomas e do desejo da paciente de preservar a fertilidade. A orientação da Febrasgo é de iniciar o tratamento com métodos conservadores, o que inclui medicamentos para controlar a dor e o sangramento, como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e anticoncepcionais hormonais, principalmente o dispositivo intrauterino hormonal.
Já em casos mais graves e em que a mulher não deseja engravidar, pode ser indicada a embolização das artérias uterinas, que visa reduzir o fluxo sanguíneo para o útero, diminuindo os sintomas. Quando essas medidas não são suficientes e a mulher não deseja ter mais filhos, a histerectomia, que é a remoção completa do útero, pode ser considerada como uma solução definitiva para a adenomiose difusa. Atualmente, existem formas minimamente invasivas de realizar a retirada do útero com a cirurgia robótica, de forma a minimizar complicações e permitir o rápido retorno da mulher às atividades habituais.
Portanto, se você está enfrentando sintomas semelhantes ou tem preocupações sobre adenomiose difusa, é fundamental não se automedicar e procurar orientação médica especializada para receber um diagnóstico preciso e tratamento adequado.
Entre em contato com a Dra. Priscila Matsuoka e agende sua consulta!
Fonte: