Cistos periuretrais são formações com conteúdo líquido que se desenvolvem ao redor da uretra, geralmente sem manifestar sintomas
Os cistos periuretrais se desenvolvem ao redor da uretra, podendo ser assintomáticos ou causar desconforto e complicações. Esses cistos podem se originar de diferentes estruturas, como as glândulas de Skene ou o ducto de Gartner. Neste texto, explico o que são os cistos periuretrais e apresento seus diferentes tipos, causas, sintomas e os tratamentos disponíveis.
Saiba mais sobre cistos periuretrais Dra. Priscila Matsuoka!
O que são os cistos periuretrais?
Os cistos periuretrais são formações que contêm líquido e que se desenvolvem nas glândulas ou nos tecidos ao redor da uretra, que é o tubo que transporta a urina da bexiga para fora do corpo. Esses cistos podem ser causados por obstruções nas glândulas que drenam a uretra, levando ao acúmulo de secreções.
Normalmente, os cistos periuretrais não causam sintomas e são descobertos por acaso durante o exame físico ginecológico. Em casos sintomáticos, podem provocar desconforto, dependendo do tamanho e da localização. Além disso, há diferentes tipos de cistos periuretrais, que podem ser classificados com base em sua origem:
- Cistos de glândulas de Skene: formados a partir das glândulas de Skene, que são localizadas ao redor da uretra feminina e produzem um fluido que a lubrifica, mantendo a saúde do trato urinário;
- Cistos do ducto de Gartner: resultam do desenvolvimento do ducto de Gartner, um remanescente embrionário que pode persistir e formar cistos na região lateral da vagina ou da uretra.
O que causa os cistos periuretrais?
Os cistos periuretrais podem ter diversas causas, variando conforme o tipo específico de cisto. Uma das principais é a obstrução das glândulas, como as de Skene, que leva ao acúmulo de fluido nessas estruturas. Além disso, processos inflamatórios ou infecciosos na região podem aumentar significativamente o risco de desenvolvimento dessas formações císticas.
Anomalias embriológicas, como os remanescentes do ducto de Gartner, podem desempenhar um papel significativo na formação de cistos periuretrais. Essas anomalias ocorrem durante o desenvolvimento fetal e podem levar à persistência de estruturas que, quando não se desenvolvem adequadamente, resultam em cistos.
Os cistos periuretrais apresentam sintomas?
Embora a maioria dos pacientes com cistos periuretrais não apresente sintomas e possa viver normalmente sem desconforto, existem alguns casos em que esses cistos se manifestam clinicamente. Nos casos sintomáticos, os sinais mais comuns são:
- Dor ou desconforto, se o cisto for grande ou pressionar estruturas próximas;
- Dificuldade para urinar, podendo sentir pressão ou dor;
- Infecções urinárias recorrentes quando o cisto está obstruído ou infectado;
- Inchaço ou protuberância visível ou palpável na área periuretral;
- Dor para se sentar;
- Dor para ter relações sexuais.
Como os cistos periuretrais são diagnosticados?
Os cistos periuretrais geralmente são diagnosticados durante um exame físico, já que muitos cistos e abscessos sintomáticos são palpáveis nas proximidades da uretra ou podem causar sensibilidade ao toque na região. Além disso, a médica uroginecologista costuma fazer perguntas sobre sintomas e histórico médico do paciente para complementar a avaliação.
Uma protrusão nessa região pode ser difícil de distinguir de outras condições apenas com uma avaliação clínica. Nesse caso, é preciso realizar exames, como ultrassonografia ou cistoscopia para analisá-lo. Na cistoscopia, um fino instrumento tubular com uma câmera é inserido pela uretra para visualizar diretamente o interior da bexiga e da uretra.
Como é feito o tratamento para cistos periuretrais?
Os cistos periuretrais podem ser tratados de diferentes maneiras. No caso dos cistos do ducto de Gartner sintomáticos, o tratamento pode ser realizado com cirurgia para a remoção completa do cisto acompanhada de uma cistoscopia. Quando o cisto é diagnosticado, mas não apresenta sintomas, a médica pode optar por monitorar o seu crescimento, se não houver complicações.
Os cistos de glândulas de Skene que apresentam sintomas podem ser removidos por meio de um procedimento cirúrgico. No caso de abscessos, o tratamento inicial geralmente envolve a administração de antibióticos orais para combater a infecção e drenar o abcesso.
Quando a cirurgia é indicada?
A cirurgia é indicada para casos que necessitam de remoção completa para proporcionar alívio dos incômodos em diversas situações, incluindo:
- Sintomas persistentes;
- Cistos grandes ou que comprimem estruturas próximas;
- Infecções frequentes;
- Cistos com características que sugerem complicações, como formação de abscesso;
- Quando há incerteza sobre o diagnóstico e é necessária biópsia.
Quando procurar uma médica?
É fundamental procurar ajuda médica quando o paciente sente dor, desconforto ou pressão persistente na região pélvica. Também é importante buscar atendimento se surgirem dificuldades urinárias, como dor, queimação ou alterações no fluxo urinário, além de qualquer aumento na região genital ou a presença de uma massa visível.
O paciente também deve se consultar se tiver infecções urinárias frequentes ou sintomas de infecção, como febre ou secreção anormal, assim como em caso de mudanças incomuns nas funções urinárias ou menstruais. Além disso, qualquer sintoma que pareça fora do habitual deve ser investigado para o diagnóstico preciso e indicação de tratamento adequado.
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Fontes: