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Dor durante a relação sexual: entenda a dispareunia

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Mulher com dores de cabeça sentada na cama e homem deitado atrás.
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

A dispareunia pode causar grandes impactos na qualidade de vida da mulher e é uma queixa que deve ser valorizada pelo médico

A dor durante a relação sexual, também chamada dispareunia, é uma condição ginecológica que afeta aproximadamente 50% das mulheres com vida sexual ativa e, a depender da intensidade, ela afeta diretamente a autoestima feminina, bem como seus relacionamentos e qualidade de vida. Dentre as causas para a dispareunia, que é esse tipo de dor, pode-se ter desde problemas anatômicos até questões psicossociais complexas, tornando o diagnóstico desafiador.

O que é dispareunia?

Dispareunia é o termo técnico utilizado para definir a dor durante a relação sexual, que pode ser de penetração (na região vulvar e entrada do canal vaginal) ou profunda (no fundo da vagina) e embora seja muito mais comum durante o ato sexual, considera-se que a dispareunia também possa ocorrer antes ou após a relação

Sintomas comuns da dispareunia

O sintoma guia da dispareunia é a dor durante o contato sexual genital, podendo ocorrer desde a vulva até a região mais interna do canal vaginal, chegando ao colo do útero. Porém, dependendo da causa da dor durante a relação sexual pode haver outros sinais associados, como ressecamento vaginal, sangramento, fissuras e até sintomas sistêmicos, como sudorese, taquicardia e ansiedade.

O que pode causar a dor durante a relação sexual?

As causas associadas à dispareunia superficial ou profunda podem ser:

  • Endometriose;
  • Dor miofascial;
  • Cistite Intersticial ou Síndrome da Bexiga Dolorosa;
  • Alterações anatômicas (como presença de cistos vaginais, septos vaginais
  • Prolapso genital;
  • Síndrome urogenital da menopausa;
  • Infecções vulvovaginais (como a candidíase vaginal, doenças sexualmente transmissíveis que causam doença inflamatórias pélvicas);
  • Doenças inflamatórias (como líquen escleroso, líquen plano etc);
  • Neurológicas (como neuropatias do pudendo, fibromialgia);
  • Cistos de bartholin e bartholinite;

Os fatores de risco físicos para a dor durante a relação sexual são diversos, e podem incluir desde alterações anatômicas da pelve até quadros inflamatórios e infecciosos comuns à mulher.

Fatores não físicos

Uma grande parte das mulheres que apresentam dispareunia não tem quaisquer alterações funcionais ou orgânicas que justifiquem a dor, sendo necessário abordar questões psicossociais para identificar a causa subjacente ao quadro. Assim, os principais fatores não físicos que podem causar dor durante a relação sexual são:

  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Histórico de abuso sexual;
  • Relacionamentos psicologicamente abusivos;
  • Paciente com maior sensibilidade à dor.
  • Idiopático;

Como é feito o tratamento da dor durante a relação sexual?

O tratamento da dor durante a relação sexual é um desafio para o profissional da saúde, principalmente porque a origem do quadro é muitas vezes indefinida. Nesse sentido, existem diversas abordagens terapêuticas disponíveis e que podem ser prescritas em conjunto tanto para reduzir os sintomas quanto para tratar e reverter a causa subjacente.

Terapias hormonais

Algumas mulheres podem sentir dor durante a relação sexual devido a alterações hormonais, principalmente ao hipoestrogenismo comum da menopausa. Nesses casos, o uso tópico de cremes vaginais de estrogênio pode ajudar consideravelmente na redução do sintoma, bem como a terapia hormonal acompanhada por um especialista durante o climatério.

Antidepressivos e psicoterapia

Sabe-se que uma parcela considerável dos casos de dispareunia é causada por questões psicossociais, referentes tanto à educação individual de cada mulher quanto a traumas sexuais passados. Assim, o uso de antidepressivos e anticonvulsivantes associado a psicoterapia são tratamentos que têm apresentado excelentes resultados na redução da dor.

Fisioterapia pélvica

A fisioterapia pélvica é uma importante maneira de fortalecimento e controle da musculatura perineal e que tem seus benefícios comprovados para a redução da dor durante a relação sexual. Essa abordagem inclui o uso de dilatadores, biofeedback, exercícios ativos do assoalho pélvico e estimulação elétrica.

Cirurgias e procedimentos

Alguns procedimentos cirúrgicos, como a aplicação da toxina botulínica na região vaginal, podem ajudar a reduzir o trofismo muscular e minimizar a dor. Há, ainda, opções cirúrgicas que promovem a remoção do tecido doloroso superficial ou que abordam a via dolorosa do sistema nervoso, sendo opções mais invasivas e indicadas como último caso no tratamento da dor durante a relação sexual.

Nota-se, portanto, que a dispareunia é uma condição ginecológica que pode ter origem multifatorial e ser amplificada por questões psicossociais. Assim, é comum que o ginecologista indique uma abordagem terapêutica multidisciplinar para que a paciente tenha os melhores resultados possíveis e uma considerável melhoria na qualidade de vida.

Entre em contato com a Dra. Priscila Matsuoka.

 

Fontes:

Biblioteca Virtual em Saúde

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)

Cuidado integral
à saúde da mulher

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