Dependendo da gravidade e localização da endometriose, a mulher pode ter dificuldade para engravidar ou manter uma gestação
Por ser uma condição mais comum em pacientes jovens e durante sua idade reprodutiva, é muito comum que as mulheres questionem se a endometriose causa infertilidade. Porém, essa pergunta não tem uma resposta única, visto que cada caso deve ser avaliado individualmente pelo ginecologista.
Primeiramente, é preciso entender que a endometriose é uma condição ginecológica crônica na qual as células do endométrio doente (tecido que reveste o interior do útero) crescem fora dele, gerando uma série de sintomas. Dentre os locais em que essas células podem se alocar estão os ovários, as tubas uterinas e até mesmo órgãos fora da cavidade pélvica.
Ou seja, a endometriose causa infertilidade em 30% a 50% das mulheres acometidas pela doença. Os mecanismos de patogênese da infertilidade pela endometriose são vários, mas, em quadros graves, podem cursar com inflamações, cicatrizes e aderências que alteram a anatomia uterina, gerando dificuldade para a concepção e para a evolução da gestação.
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Quais são os fatores de risco da endometriose?
Diversos fatores podem aumentar o risco de uma mulher desenvolver endometriose, incluindo:
- Histórico familiar: mulheres com parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) com endometriose têm maior probabilidade de desenvolver a condição;
- Ciclos menstruais curtos: ciclos menstruais menores que 27 dias e com sangramento intenso ou prolongado aumentam o risco de endometriose;
- Menstruação precoce: mulheres que começam a menstruar em idades mais jovens (antes dos 11 anos) podem ter um risco maior;
- Nunca ter dado à luz: a ausência de gestações também parece estar associada a um risco maior;
- Anomalias uterinas: algumas anomalias congênitas do útero e outras condições que causam obstrução do fluxo menstrual também podem aumentar o risco
Qual é a relação entre endometriose e fertilidade?
Embora não se possa confirmar ao certo através de quais mecanismos a endometriose causa infertilidade, é fato que essa condição pode afetar a concepção e a gestação de várias maneiras. Afinal, o tecido endometrial fora do útero tende a causar inflamação e formar cicatrizes e aderências que podem distorcer a anatomia pélvica, afetando a função das tubas uterinas e a ovulação.
Além disso, a inflamação crônica pode criar um ambiente hostil para a fertilização e implantação do embrião. Já nos casos em que as células endometriais se implantam nos ovários, é comum haver a formação de cistos conhecidos como endometriomas, que podem prejudicar a reserva ovariana e a qualidade dos óvulos.
A endometriose causa infertilidade?
Embora a endometriose esteja associada a um risco aumentado de infertilidade, nem todas as mulheres com esse diagnóstico serão inférteis. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), estudos mostram que 30% a 50% das mulheres com endometriose podem enfrentar dificuldades para engravidar.
Assim, entende-se que a endometriose causa infertilidade com maior frequência quando o quadro é mais grave, como na endometriose profunda ou extensa. De toda forma, mulheres com desejo ou dificuldade de gestar que têm essa condição devem sempre passar por uma avaliação médica especializada.
Como tratar a infertilidade devido à endometriose?
O tratamento da infertilidade causada pela endometriose depende da gravidade da doença, da idade da mulher e do desejo de preservar a fertilidade. Primeiramente, é importante ter em mente que os tratamentos medicamentosos não costumam ser eficazes quando a endometriose causa infertilidade, visto que pílulas hormonais atuam impedindo a ovulação. Em segundo lugar, é essencial investigar se a infertilidade não tem outras causas masculinas ou femininas (uterina, ovariana ou cervical, por exemplo). Nunca assumimos que a endometriose é a única causa de infertilidade até provarmos o contrário.
Portanto, mulheres com quadro de endometriose sintomática e infertilidade podem optar pela cirurgia laparoscópica ou robótica para remoção dos focos, que é um procedimento minimamente invasivo e que apresenta bons resultados. Inúmeros estudos apontam que as taxas de gestação aumentam com a remoção de focos em comparação à não remoção. A maior chance de engravidar se apresenta nos primeiros meses após a cirurgia.
Já nos casos em que a cirurgia não é eficaz sozinha, técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), podem ajudar a superar a infertilidade.
Ou seja, a decisão sobre o tratamento mais adequado nas pacientes em que a endometriose causa infertilidade deve ser feita em conjunto com um ginecologista experiente e com um especialista em fertilidade, levando em consideração todos os fatores individuais.
Se você tem endometriose e está tendo dificuldades para engravidar, procure orientação médica para iniciar um tratamento adequado.
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