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Falência ovariana prematura (FOP): o que é?

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Objeto representando um útero em cima da mesa, e paciente ao fundo.
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

A falência ovariana prematura pode causar grandes impactos na qualidade de vida das mulheres, levando até mesmo à infertilidade

A falência ovariana prematura (FOP) – comumente chamada de menopausa precoce – é uma condição médica que se caracteriza pela interrupção precoce da função ovariana em mulheres antes dos 40 anos, seja por alterações cromossômicas ou por fatores externos, como quimioterapia e radioterapia. Assim, a FOP pode ter um impacto significativo na saúde reprodutiva, hormonal e psicológica da mulher, com grande potencial de levar à infertilidade precoce, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares e osteoporose devido às alterações hormonais.

Quais as causas da falência ovariana prematura?

Em grande parte dos casos não é possível definir a causa exata da FOP, mas algumas etiologias conhecidas e que podem estar combinadas entre si são:

  • Cromossômicas: a FOP pode ser causada por mutações cromossômicas herdadas, como na síndrome de Turner ou na síndrome do X frágil;
  • Falência ovariana autoimune: em alguns casos, o próprio sistema imunológico da mulher pode atacar os ovários;
  • Quimioterapia e radioterapia: utilizadas no tratamento de câncer, podem causar danos aos ovários e levar à FOP;
  • Doenças infecciosas: algumas infecções virais, como a caxumba, podem afetar a função ovariana.

Quais os sintomas da FOP?

Os sintomas da falência ovariana prematura costumam variar entre as pacientes, bem como se diferem conforme a origem do quadro. Porém, de forma geral, se assemelham àqueles da menopausa, visto que a FOP tem estreita relação com a baixa produção de hormônios ovarianos, principalmente o estrogênio.

Assim, alguns dos sintomas mais comuns incluem:

  • Ausência ou irregularidade do ciclo menstrual;
  • Ondas de calor (fogachos);
  • Suores noturnos;
  • Secura vaginal;
  • Diminuição da libido;
  • Fadiga;
  • Mudanças de humor;
  • Dificuldade para engravidar.

Portanto, como os sintomas da FOP podem ser confundidos com outras condições, é muito importante buscar atendimento médico com ginecologista especializado e experiente que guie corretamente a investigação diagnóstica e inicie o tratamento adequado.

Consequências da FOP para a mulher

As consequências da falência ovariana prematura para a mulher podem ser tanto a curto quanto a longo prazo e, para aquelas que ainda têm o desejo de gestar, podem trazer grandes impactos emocionais.

Deficiência hormonal

Dado que os ovários deixam de produzir estrogênio e progesterona, a FOP causa uma deficiência hormonal importante na mulher, que além de levar ao surgimento de sintomas da menopausa, aumenta a probabilidade de desenvolver osteoporose e doenças cardiovasculares.

Infertilidade

Um grande impacto negativo causado pela falência ovariana prematura é, certamente, a infertilidade em mulheres mais jovens, que ainda têm o desejo de engravidar. Assim, após uma extensa investigação acerca de sua reserva ovariana, essa mulher pode precisar iniciar um tratamento de reprodução assistida.

Impactos emocionais

A FOP pode ter um impacto significativo na saúde mental da mulher, tanto por causar a sintomatologia de menopausa precoce, quanto pelo potencial de gerar infertilidade, desencadeando, assim, ansiedade, depressão e estresse emocional nas pacientes.

Diagnóstico da falência ovariana prematura

O diagnóstico da falência ovariana prematura envolve uma avaliação médica detalhada, que inclui uma série de exames laboratoriais e de imagem. Em geral, inicia-se o processo de investigação em mulheres com menos de 40 anos que apresentem irregularidade menstrual associados a níveis laboratoriais de FSH concordantes com menopausa.

Os exames de sangue fazem parte do rastreio inicial, pois é preciso medir os níveis de hormônios, como estradiol, FSH e LH, Beta-hcg, hormônios tireoidianos e prolactina.

Outros testes que podem fazer parte dessa investigação são os testes genéticos e cariótipos – como a pesquisa de genes associados à condição – e a ressonância magnética, que avalia o hipotálamo e a hipófise, glândulas responsáveis pelo controle hormonal do ciclo menstrual, investigação de doenças autoimunes e densitometria óssea de fêmur e coluna lombar.

É possível engravidar após o diagnóstico?

A possibilidade de engravidar após o diagnóstico de falência ovariana prematura depende da causa subjacente da condição e da idade da mulher no momento do diagnóstico. Caso a paciente ainda tenha óvulos viáveis, há a possibilidade muito baixa de engravidar naturalmente. Em geral, pode-se engravidar com tratamentos de reprodução assistida.

Assim, é importante que as mulheres com FOP discutam suas opções de fertilidade com um especialista em reprodução e avaliem cuidadosamente os prós e contras de cada opção antes de tomar uma decisão.

Há tratamento para a falência ovariana?

Sim, existem tratamentos para a falência ovariana prematura, embora não exista uma cura definitiva para a condição. O tratamento depende da causa desse quadro e dos sintomas apresentados pela paciente, sendo que, em geral, o objetivo é aliviar os sintomas, prevenir complicações e ajudar a mulher a manter sua saúde e qualidade de vida.

Portanto, as principais opções de tratamento são a terapia de reposição hormonal, muito similar à realizada para reverter os sintomas da menopausa, e as técnicas de reprodução assistida para as mulheres que desejam engravidar. Além disso, mulheres que optam pela terapia hormonal devem ser acompanhadas regularmente e ter uma atenção especial à aderência ao tratamento.

 

Entre em contato com a Dra. Priscila Matsuoka.

 

Fontes:

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)

Associação Médica Brasileira

Cuidado integral
à saúde da mulher

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