O pessário vaginal é uma alternativa conservadora para o tratamento de prolapso de órgãos pélvicos e suas consequências
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o Prolapso de Órgãos Pélvicos (POP) é uma condição clínica que afeta de 15 a 30% das mulheres acima dos 50 anos, impactando diretamente no cotidiano e na qualidade de vida. O tratamento para o POP pode ser cirúrgico ou conservador. O tratamento conservador inclui o tratamento fisioterápico e, também, o uso do pessário vaginal. Essa opção do pessário traz bons resultados, principalmente para mulheres mais velhas ou com comorbidades, já que a cirurgia é contraindicada nesses casos.
O que são pessários?
Os pessários são dispositivos produzidos em silicone, disponíveis em diversos modelos e formatos, e que atuam como um “suporte” mecânico aos órgãos pélvicos prolapsados, como vagina, útero, reto e bexiga. O pessário vaginal mais utilizado é o de formato anelar, que é mais fácil de colocar e se acomoda melhor na vagina, além de não precisar ser retirado para a relação sexual.
Porém, a escolha do modelo de pessário vaginal para cada mulher é feita em conjunto entre a paciente e a médica ginecologista, levando em consideração o quadro anatômico, o estilo de vida da paciente e outras comorbidades e preferências pessoais.
Quando seu uso é indicado?
O uso do pessário vaginal é indicado para o tratamento do prolapso de órgão pélvico avançado (grau 3 ou 4), em que o prolapso genital exterioriza-se pela vagina principalmente quando a cirurgia não é indicada por comorbidade que impeça a cirurgia ou quando a paciente prefere uma opção menos invasiva.
De fácil utilização e adaptação ao dispositivo, um estudo demonstrou que essa alternativa promove, de fato, melhora na qualidade de vida, na percepção corporal e na vida sexual, com uma taxa de sucesso de 85%.
Prolapso pélvico
O prolapso pélvico é uma condição clínica caracterizada pelo afrouxamento dos músculos e ligamentos de órgãos pélvicos, como a vagina, o útero ou até o reto, sendo uma das principais indicações para o uso do pessário vaginal. Costuma ser mais comum em idosas e nas mulheres submetidas a condições de aumento da pressão intra-abdominal, como múltiplos partos e tosse crônica.
Casos em que o pessário vaginal também pode ser utilizado:
Incompetência istmocervical
Com um modelo diferente dos pessários para tratamento de prolapso genital gestantes que têm o colo uterino curto podem ser candidatas ao uso do pessário uterino. Sabemos que gravidezes que cursam com colo curto são mais propensas a ter um parto prematuro devido à pressão realizada pelo bebê durante a gestação. Em alguns desses casos, o uso do pessário vaginal pode ser indicado pelo obstetra como alternativa à cerclagem.
Incontinência urinária de esforço
Em algumas pacientes atletas que sofrem de incontinência urinária ou idosas que não podem ser submetidas a cirurgias, e já tiveram falhas com tratamento fisioterápico, pode se recomendar o uso pessário vaginal. Essa condição atrapalha muito o cotidiano da mulher, portanto o dispositivo é de grande ajuda na melhoria da sua qualidade de vida. Ele funciona ajudando a “obstruir” a uretra, evitando as perdas urinárias involuntárias. No entanto, deve ser indicado para casos muito específicos após avaliado por um uroginecologista.
Quando evitar o uso de pessário vaginal?
Tanto o pessário vaginal quanto a cirurgia para prolapso são tratamentos eficientes e que melhoram a saúde da mulher conforme estudos têm mostrado. Porém, cada paciente e quadro clínico tem uma indicação específica, sendo que em algumas situações não é possível utilizar o pessário vaginal, tais como:
- Pacientes com demência ou com falta de cognição para uso adequado;
- Sangramentos vaginais ou uterinos suspeitos;
- Lesões na parede vaginal que podem ser agravadas com o dispositivo;
- Alergia ao material do pessário;
- Infecções vaginais ou uterinas ativas;
Entre em contato com a Dra. Priscila Matsuoka e saiba mais.
Fontes: