Os pólipos uterinos são estruturas que se formam e crescem na parede interna do útero, podendo causar diversos sintomas e complicações
Os pólipos uterinos são projeções que se formam na parede do útero, um quadro geralmente benigno e relativamente comum, principalmente durante a idade fértil da mulher, visto que são hormônio-dependentes, ou seja, são estimulados pelos hormônios ovarianos. Porém, embora costumem ser benignos, os pólipos uterinos podem causar desconforto e sintomas que afetam a qualidade de vida da mulher, de tal forma que o diagnóstico, tratamento e acompanhamento com o ginecologista são de grande importância.
Como surgem os pólipos?
Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os pólipos uterinos surgem pelo crescimento excessivo de células glandulares (secretoras) na parede do útero, que se acumulam e formam uma protuberância em “formato de dedo”. Embora a fisiopatogenia exata do quadro não seja totalmente compreendida, acredita-se que o desequilíbrio hormonal associado a fatores genéticos possa estar relacionado ao surgimento dos pólipos.
Como identificar o pólipo uterino?
Os pólipos uterinos podem ser identificados facilmente a partir de ultrassom pélvico ou durante avaliação física ginecológica de rotina, caso os pólipos se exteriorizem pelo orifício do útero. No entanto, o exame padrão-ouro para esse diagnóstico é a histeroscopia, que permite visualizar em detalhes o canal endocervical e o interior do útero da paciente, sendo considerada a técnica mais precisa para identificação de pólipos uterinos.
O que os pólipos uterinos podem causar?
Os sintomas dos pólipos uterinos são muito variáveis entre as mulheres, mas alguns dos sinais mais comuns são:
- Sangramento vaginal irregular;
- Fluxo menstrual intenso;
- Sangramento vaginal entre os ciclos menstruais;
- Sangramento vaginal após a relação sexual;
- Sangramento no período pós-menopausa.
Principais tratamentos para pólipo uterino
O tratamento de escolha para os pólipos uterinos depende dos sintomas da paciente, avaliação para fatores de risco para câncer e infertilidade, tamanho e quantidade de pólipos. Em geral, quando os pólipos são pequenos e não causam sintomas, o médico pode optar por fazer uma vigilância clínica e monitoramento periódico do quadro. No entanto, é preciso ficar muito atento ao aparecimento de sintomas e risco de câncer, assim, caso o quadro mude, a indicação de retirada do pólipo é necessária.
Para a maioria dos casos, quando os pólipos são maiores, múltiplos ou causam sintomas, como sangramento vaginal anormal, dor pélvica ou infertilidade, é necessário realizar um tratamento específico de remoção, chamado polipectomia.
Histeroscopia cirúrgica
Esse é o principal método utilizado para remoção dos pólipos uterinos, pois permite a retirada completa do pedúnculo, evitando sangramentos e recidivas. A histeroscopia cirúrgica consiste em inserir uma câmera pelo canal do útero que permite a completa visualização da cavidade endometrial e, com o instrumento fino, realizar a retirada do pólipo. É importante destacar a necessidade de realizar a remoção completa do pólipo e encaminhá-lo para análise anatomopatológica, a fim de descartar qualquer risco de câncer na amostra.
Assim, é importante lembrar que os pólipos uterinos podem ser sintomáticos ou assintomáticos e se apresentam de diferentes formas e em diversos locais. Portanto, cada caso é único e o tratamento deve ser avaliado individualmente pelo médico especialista em ginecologia minimamente invasiva.
Entre em contato com a Dra. Priscila Matsuoka.
Fonte:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)