Condição, pouco frequente entre as mulheres, deve ser investigada por um uroginecologista
Divertículos são projeções saculares que podem ocorrer na parede de alguns órgãos com camadas musculares – sendo os mais comuns no esôfago e no intestino –, formando “bolsas” passíveis de sofrerem inflamação e gerarem uma série de sintomas ao paciente. Embora os mais comuns sejam aqueles que acometem o trato gastrointestinal, cerca de 1 % das mulheres podem apresentar um divertículo de uretra feminina, entre os 20 a 60 anos
Assim, por ser uma condição pouco frequente na população, sabe-se que seu diagnóstico muitas vezes é demorado, causando desconforto desnecessário e piora da qualidade de vida da mulher por tempo estendido. Nesse sentido, diversos estudos e análises já indicaram que o principal fator que colabora para o diagnóstico desse quadro é a alta suspeição médica e, consequentemente, a ampla experiência profissional.
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Causas do divertículo de uretra feminina
O divertículo de uretra feminina surge a partir de infecções de repetição que causam a dilatação de glândulas localizadas ao redor da uretra dando início a um processo infeccioso que pode progredir para um abscesso. Porém, existem diversas condições que podem predispor a mulher a desenvolver essas lesões nas glândulas, tais como:
- Traumas na área pélvica;
- Infecções urinárias;
- Obstrução no fluxo urinário;
- Alterações anatômicas congênitas.
Principais Sintomas
O quadro clínico do divertículo de uretra feminina inclui sintomas urinários bastante inespecíficos, que podem fazer com que o diagnóstico atrase. Alguns estudos, inclusive, indicam que a mulher precisa passar por uma média de nove consultas médicas antes de ser diagnosticada corretamente com o divertículo.
Por isso, é importante que a paciente esteja atenta aos seguintes sintomas, que formam a tríade clássica do divertículo de uretra feminina: dor para urinar, dor durante as relações sexuais e gotejamento pós-miccional. Porém, embora sejam sintomas “clássicos”, esses não estão presentes em necessariamente todas as pacientes, sendo que algumas mulheres também podem relatar:
- Infecções urinárias recorrentes;
- Incontinência urinária de esforço;
- Presença de sangue na urina;
- Descarga uretral purulenta;
- Urgência miccional;
- Dor na uretra;
- Tumor na vagina.
Além disso, durante o exame físico ginecológico, em mais de um terço das pacientes o uroginecologista pode sentir uma massa ao palpar a parede anterior do canal vaginal, um achado que muito colabora para o diagnóstico.
Diagnóstico do divertículo de uretra feminina
A dificuldade diagnóstica é uma realidade para as mulheres com divertículo de uretra feminina, sendo fundamental buscar atendimento médico com uma ginecologista especializado em trato genito-urinário, ou seja, uma uroginecologista. Isso porque se entende que os profissionais que já lidaram com a condição e conhecem seus sintomas estão mais propensos a pensar no divertículo como uma possibilidade real – e fechar o diagnóstico.
Dentre os exames de imagem disponíveis para esse fim, tem-se preferido cada vez mais o uso daqueles menos invasivos, como a ultrassonografia, a uretrocistografia miccional e, principalmente, a ressonância magnética. Esta última permite identificar o divertículo de uretra feminina mesmo quando a uretrocistografia miccional é normal, além de suas imagens serem de grande ajuda para o tratamento cirúrgico.
Além disso, as mulheres com divertículo de uretra e que também apresentam incontinência urinária de esforço e dificuldade para urinar têm indicação de realizar exames de urodinâmica, para que haja compreensão do quadro por completo e indicação da melhor abordagem terapêutica.
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Tratamento do divertículo de uretra feminina
O tratamento do divertículo de uretra feminina envolve a retirada cirúrgica e o “fechamento” dessa abertura na parede da uretra, o que pode ser feito por diferentes técnicas a depender da sua localização. Além disso, em casos em que há outros sintomas e condições associadas, pode ser necessário fazer outras abordagens simultaneamente. A depender da gravidade do caso pode ser necessário uma equipe multiprofissional com urologista para tratamento cirúrgico.
Fontes:
Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Acta Urológica Portuguesa