A relação entre os sintomas da endometriose e a menopausa é bastante particular e variável entre as mulheres
A endometriose é uma condição ginecológica crônica que, no Brasil, afeta aproximadamente 6 milhões de pessoas, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Esse quadro é específico da mulher em idade reprodutiva, mas, devido à intensidade dos seus sintomas, é comum que as pacientes tragam perguntas sobre a endometriose na menopausa e questionem se essa fase da vida traz algum alívio.
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Endometriose na menopausa: qual é a relação?
Primeiramente, é preciso entender que, na endometriose, o tecido que reveste a cavidade interna do útero (isto é, o endométrio) passa a crescer em outros locais, como tubas uterinas, ovários e até mesmo fora da pelve. Muitas mulheres em idade reprodutiva relatam que sentem muito desconforto durante o ciclo menstrual, porque há um aumento nos níveis de estrogênio, justamente o hormônio que estimula o crescimento do endométrio nesse período.
A menopausa, por sua vez, é o evento que marca o fim dos ciclos menstruais da mulher e da sua vida reprodutiva, sendo acompanhada por uma queda significativa dos níveis de estrogênio. Ou seja, com a redução de hormônios sexuais circulando no organismo da mulher, a tendência é que haja uma diminuição dos sintomas da endometriose na menopausa; porém, é sabido que essa é, por si só, uma condição complexa e que a sua relação com a menopausa costuma variar entre as pacientes.
A chegada da menopausa cura a endometriose?
Embora a menopausa possa aliviar os fenômenos associados à endometriose em muitas pacientes, ela não é uma cura garantida. Estima-se que 2 a 4% das mulheres na menopausa ainda tenham endometriose de acordo com a publicação da Cancers em 2021.
Um dos motivos é que a terapia de reposição hormonal (TRH), frequentemente utilizada para amenizar os sintomas dessa fase de transição, pode reativar a endometriose na menopausa, visto que esses hormônios estimulam a proliferação do tecido endometrial nos órgãos e nos tecidos em que ele se encontra. Os estudos mostram que a recorrência pode aparecer vários anos após a menopausa e independente do tipo de reposição hormonal.
Quais são os sintomas da endometriose na menopausa?
Os sintomas da endometriose na menopausa são os mesmos que a mulher sente em outras etapas da vida, mas podem ser menos intensos devido à diminuição dos níveis hormonais. São ocorrências comuns:
- Dor pélvica crônica (contínua ou intermitente);
- Dor durante a relação sexual (possivelmente potencializada pela atrofia vaginal);
- Problemas urinários, como dor, ardência ou alteração na frequência;
- Dor para evacuar;
- Inchaço abdominal.
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Tratamento da endometriose na menopausa
De forma simplificada, pode-se dizer que a própria menopausa é o tratamento da endometriose para a maior parte das mulheres, visto que a redução de estrogênio circulante diminui a proliferação dessas células. No entanto, pacientes que mantêm os sintomas mesmo sem menstruar podem precisar de uma abordagem específica para lidar com as manifestações da endometriose na menopausa. Muitas pacientes podem persistir com dores crônicas mesmo na menopausa.
A terapia de reposição hormonal favorece a endometriose?
A terapia de reposição hormonal é frequentemente utilizada para aliviar os principais sintomas da menopausa, sobretudo as ondas de calor, a alteração de humor e a atrofia vaginal. No entanto, a TRH aumenta os níveis de estrogênio no corpo, reativando os focos de endometriose em algumas mulheres.
Nesse caso, pode ser recomendada uma combinação de estrogênio e progesterona ou o uso isolado de progesterona para minimizar as chances de exacerbação da endometriose. Entretanto, a escolha pela TRH deve ser cuidadosamente avaliada por um médico e discutida com a paciente, levando em consideração os benefícios e os riscos individuais.
Em resumo, a menopausa pode trazer alívio para muitas mulheres que sofrem com a endometriose, mas isso não é uma cura garantida, pois os sintomas podem persistir, principalmente naquelas pacientes que fazem terapia de reposição hormonal. Sendo assim, é importante procurar orientação médica especializada com um médico ginecologista.
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Fontes:
Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva