Tipo de tumor benigno que pode crescer em diferentes camadas do útero afeta a qualidade de vida e a fertilidade de muitas mulheres
Os miomas uterinos (também chamados de fibromas ou leiomiomas) são as neoplasias benignas pélvicas mais comuns em mulheres, ou seja, são tumores não cancerígenos que surgem de células musculares do útero. Como ele “responde” a estímulos hormonais, o mioma uterino acomete mulheres em idade reprodutiva e costuma involuir após a menopausa. Além disso, quando sintomático, geralmente causa sangramento uterino anormal ou dor e pressão pélvica, e em algumas pacientes pode afetar a fertilidade e o desenvolvimento da gestação.
Tipos de mioma uterino
A categorização dos miomas uterinos é feita com base na camada uterina em que esses tumores benignos crescem.
Intramural
Este é o tipo mais comum de mioma uterino, e, por estar localizado dentro da parede muscular do útero, pode distorcer o formato do órgão.
Subseroso
Localizado na camada mais externa do útero, chamada de serosa, este tipo de mioma costuma crescer para fora do útero, podendo causar dor ou pressão na região pélvica quando muito volumoso.
Submucoso
Este tipo de mioma uterino cresce na camada mais interna do útero e pode se projetar para dentro da cavidade, causando um aumento do sangramento vaginal e cólicas menstruais intensas, além de afetar a fertilidade.
Causas e fatores de risco do mioma uterino
Existem diversos fatores de risco associados ao surgimento e crescimento do mioma uterino, tais como:
- Idade: pico de incidência entre 35 e 45 anos;
- Hereditariedade;
- Nuliparidade;
- Menarca (primeira menstruação) precoce;
- Obesidade e hipertensão;
- Etilismo;
- Consumo de carne vermelha.
Principais sintomas do mioma uterino
A maioria das mulheres com mioma uterino não tem sintomas significativos, mas quando presentes chegam a interferir na qualidade de vida da paciente, demandando um tratamento efetivo. De forma geral, os sintomas do leiomioma estão divididos em quatro categorias:
- Alteração no sangramento vaginal com aumento do fluxo sanguíneo e dias de sangramento menstrual;
- Surgimento de uma massa ou tumoração volumosa na pelve, causando pressão e sensação de peso na bexiga e vagina, além de dor nas relações sexuais;
- Complicações obstétricas como abortos espontâneos;
- Infertilidade.
É importante ressaltar que muitas mulheres com mioma uterino não apresentam sintomas e que o diagnóstico costuma ser feito durante um exame ginecológico de rotina. Por isso, é fundamental consultar um ginecologista com frequência, principalmente se notar alterações no ciclo menstrual ou o surgimento de novos sintomas.
Como diagnosticar o mioma uterino
O diagnóstico do mioma uterino inicia-se com base nos achados do exame físico realizado no consultório do ginecologista, que inclui o toque vaginal bimanual e a palpação abdominal. Com esses exames simples, o ginecologista pode identificar um útero aumentado e móvel, de aspecto irregular e nodular, principalmente quando o fibroma for de grande volume.
Porém, para obter a confirmação diagnóstica de mioma uterino, é possível realizar uma ultrassonografia transvaginal ou uma ressonância magnética de pelve, sendo este o exame considerado “padrão ouro”. Além disso, por ser comum haver uma grande perda de sangue, recomenda-se avaliar os exames de sangue da paciente para averiguar se o quadro não causou uma anemia ferropriva.
Mioma uterino pode ser câncer?
A maioria dos miomas uterinos é benigna e não se transforma em câncer. No entanto, em casos raros, um tumor que parece ser um mioma uterino pode ser, na verdade, um tipo raro de câncer de útero, o sarcoma uterino. Assim, se houver alguma suspeita de que a tumoração possa ser cancerígena, uma avaliação adequada deve ser feita para obter um diagnóstico preciso.
Tratamento indicado para o mioma uterino
A escolha do melhor tratamento para o mioma uterino depende de alguns fatores, como:
- Sintomas da paciente;
- Tamanho do mioma;
- Velocidade de crescimento dos miomas;
- Quantidade de miomas;
- Localização de miomas;
- Idade da paciente;
- Desejo de engravidar.
Em algumas situações – geralmente quando não há sintomas ou eles são muito leves – pode-se optar pela conduta expectante, que consiste em não intervir no quadro e apenas acompanhar periodicamente.
Tratamento medicamentoso
Uma opção conservadora de tratamento do mioma uterino é o uso de medicamentos que ajudem a melhorar os sintomas e a reduzir o tamanho da tumoração. Para isso, são prescritos os análogos do GnRH, que devem ser administrados por um período de 3 a 6 meses, mas que podem causar sintomatologia e efeitos colaterais semelhantes ao climatério.
Tratamento cirúrgico
A depender das características do mioma uterino, a cirurgia pode ser a única forma viável de tratamento, e para escolher o melhor procedimento é fundamental considerar o desejo reprodutivo da paciente. Naquelas que já possuem filhos e não desejam mais a maternidade, a opção mais indicada é a histerectomia, ou seja, a retirada do útero, que elimina também o risco de novos miomas, de sangramentos uterinos e melhora a qualidade de vida da paciente.
Já nas mulheres que ainda desejam gestar, costuma-se fazer uma miomectomia, que é a remoção cirúrgica apenas do tumor, permitindo que a mulher ainda possa engravidar, seja por meios naturais ou por Fertilização in Vitro. Embora a cirurgia por via laparoscópica seja mais confortável para a mulher e sua recuperação, segundo estudos não há diferenças significativas nas complicações e recorrência de miomas entre a técnica minimamente invasiva e a cirurgia aberta.
Se você apresentar sintomas que sugerem miomas, não deixe de entrar em contato com a Dra. Priscila Matsuoka.
Fonte:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)