Pouco conhecida pelas mulheres, a síndrome urogenital da menopausa pode ser a causa de queixas urinárias e vaginais na mulher após a menopausa
Muito se fala sobre o “calorão” ou o “fogacho” sentido pelas mulheres na menopausa, mas pouco se aborda sobre a síndrome urogenital da menopausa. Esse quadro, decorrente da queda na produção hormonal, pode causar alterações no sistema urogenital da mulher, incluindo micção, infecções do trato genital e até mesmo impactos na vida sexual.
A estimativa do Ministério da Saúde é de que essa condição afete de 40 a 57% das mulheres na menopausa. Por esse motivo, é importante divulgar o tema e estimular mais mulheres a procurarem seu ginecologista para apresentar suas queixas e tirar suas dúvidas sobre o assunto.
O que é síndrome urogenital da menopausa?
Um dos eventos fisiológicos que ocorrem durante a menopausa é o hipoestrogenismo, ou seja, a queda na produção de estrogênio, o hormônio sexual feminino. Os baixos níveis desse hormônio geram alterações nos grandes e pequenos lábios da vagina, no vestíbulo e canal vaginais, na uretra e na bexiga, sendo que esse conjunto de sinais e sintomas é denominado síndrome urogenital da menopausa.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da síndrome urogenital da menopausa são ocasionados pela baixa exposição ao estrogênio, e dentre eles tem-se o ressecamento vaginal, o aumento da frequência miccional com redução do volume de urina, coceira na vulva, dores nas relações sexuais e outros. Ou seja, a paciente pode ter tanto queixas urinárias quanto vaginais — ou ambas.
Vamos, então, explorar os principais sintomas da síndrome urogenital da menopausa.
Vagina seca
A redução de estrogênio que ocorre durante a menopausa ocasiona uma diminuição na lubrificação da vagina e uma atrofia das glândulas, deixando o epitélio genital mais fino e ressecado. Como consequência, tem-se um aumento de coceira na vulva, dor ao contato íntimo e maior tendência de sangramento nas relações sexuais.
Dor na relação sexual
O ressecamento vaginal e a irritação local podem causar dor e desconforto durante a relação sexual, o que causa estranhamento principalmente por mulheres que nunca tiveram esse tipo de queixa. Essas alterações vaginais podem causar até mesmo sangramentos no momento da relação, e muitas pacientes se beneficiam do tratamento com hidratantes e lubrificantes tópicos, estrogênio tópico ou laser vaginal indicados pelo ginecologista.
Incontinência urinária
A incontinência urinária pode estar presente na mulher com síndrome urogenital da menopausa devido ao processo de atrofia presente também no trato urinário, que causa urgência miccional e perdas urinárias aos esforços.
Além disso, a paciente tem mais riscos de desenvolver infecções urinárias, precisando aumentar os cuidados com a higiene íntima.
Como tratar a síndrome urogenital?
Dado que a síndrome urogenital da menopausa é causada por uma redução nos níveis hormonais, na ausência de contraindicações a recomendação do Ministério da Saúde é tratar com Terapia Hormonal (TH) local . Além de reduzir os efeitos do hipoestrogenismo na vagina, aplicação de de hormônios promove melhoria de outros sintomas, como os distúrbios miccionais e sexuais.
Para mulheres com mais de 60 anos de idade ou com mais de 10 anos de menopausa, a indicação é também de TH local, que reduz os sintomas em 80 a 90% dos casos. O tratamento é indicado também para as pacientes que, mesmo em uso de TH sistêmica, continuam apresentando sintomas.
Por fim, mulheres que não desejam Terapia Hormonal ou que têm contraindicações podem utilizar hidratantes vaginais, lubrificantes ou tecnologias mais avançadas como laser vaginal. Porém, a escolha desses tratamentos deve ser tomada em conjunto com o médico ginecologista de confiança, que fornecerá todas as orientações com base na individualidade e nos desejos da paciente.
Mediante todos os sintomas que a síndrome urogenital da menopausa pode causar, é importante que as mulheres não os considerem “normais” e busquem atendimento médico especializado. Afinal, a medicina tem opções diversas de tratamento que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Saiba mais sobre menopausa entrando em contato com a Dra. Priscila Matsuoka.
Fontes: