Cólicas intensas, sangramentos excessivos, dor pélvica crônica e aumento do útero estão entre os sintomas da adenomiose
A adenomiose é uma condição ginecológica que afeta muitas mulheres, mas ainda é frequentemente subdiagnosticada. Afinal, esse problema pode causar uma série de sintomas, muitas vezes confundidos com outras condições.
Conhecer os principais sintomas da adenomiose pode facilitar a compreensão do problema e ajudar a saber quando procurar ajuda médica, evitando o impacto na qualidade de vida e possíveis complicações.
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O que é a adenomiose?
A adenomiose é uma condição em que células do endométrio, a camada que reveste internamente o útero, crescem de forma anormal dentro do miométrio, que é a camada muscular uterina. Durante a menstruação, os sintomas da adenomiose tendem a se intensificar, pois os fragmentos de tecido endometrial se inflamam, estimulados pelos hormônios do ciclo reprodutivo. Isso pode causar dor e desconforto significativo durante esse período.
A adenomiose pode ser classificada em dois tipos principais: a adenomiose focal e a adenomiose difusa. A adenomiose focal é caracterizada pela formação de nódulos localizados em áreas específicas do útero, chamados adenomiomas. Já a adenomiose difusa, a forma mais comum da doença, consiste na presença generalizada de tecido endometrial espalhado por toda a musculatura uterina, o que pode causar sintomas mais amplos e difusos.
Causas e fatores de risco da adenomiose
A causa exata da adenomiose ainda não é completamente compreendida, mas alguns fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento. Acredita-se que a condição ocorra devido a um processo de invasão do tecido endometrial na parede muscular do útero por causa de danos ao revestimento uterino durante a gravidez, o parto ou algum procedimento cirúrgico.
Os principais fatores de risco para a doença são:
- Idade: é mais comum em mulheres entre 40 e 50 anos;
- Início precoce da menstruação: mulheres que têm menarca antes dos 10 anos apresentam maior risco;
- Partos por cesariana: cesarianas podem causar trauma no útero, o que aumenta a probabilidade da doença;
- Cirurgias de remoção de miomas: procedimentos que alteram o tecido uterino podem facilitar a infiltração do tecido endometrial na musculatura uterina;
- Curetagem uterina: essa intervenção pode resultar em trauma uterino, o que favorece a doença;
- Histórico familiar: especialmente mãe e irmãs com o diagnóstico de adenomiose.
Quais são os sintomas da adenomiose?
A adenomiose nem sempre causa sintomas, mas, quando presentes, pode levar ao aumento do útero e a um processo inflamatório, especialmente nos períodos pré-menstrual e menstrual.
Entre os principais sintomas da adenomiose, estão a menstruação intensa e prolongada, que ocorre devido ao crescimento anormal do tecido endometrial na parede muscular do útero — esse tecido pode aumentar a quantidade de sangue e o tempo de duração da menstruação.
Cólicas menstruais severas também fazem parte dos sintomas da adenomiose, uma vez que as contrações do útero para expelir o sangue são mais fortes quando o tecido endometrial está presente na musculatura uterina, além de desencadear uma resposta inflamatória. A sensação de pressão na pelve também pode surgir, causada pelo aumento do volume uterino, que ocorre à medida que o tecido endometrial se espalha pela musculatura uterina.
Outros sintomas da adenomiose incluem a dor pélvica crônica, devido à irritação constante dos músculos do útero e à presença do tecido endometrial fora da cavidade uterina, e a fadiga, pois o sangramento excessivo e a dor constante resultam em cansaço extremo e falta de energia. Por fim, pode ocorrer infertilidade, pois as alterações no útero são capazes de interferir na implantação do óvulo fertilizado, dificultando a gravidez.
Diagnóstico da adenomiose
Os sintomas da adenomiose são frequentemente inespecíficos e se parecem com outros problemas ginecológicos, o que torna o diagnóstico desafiador. Geralmente, a ginecologista realiza inicialmente o exame físico, a fim de identificar sinais característicos da condição, como o aumento ou amolecimento do útero. Porém, para confirmar o diagnóstico, é necessária a realização de exames de imagem, que fornecem uma visão mais precisa da condição.
O ultrassom transvaginal é frequentemente o primeiro exame solicitado. Em casos nos quais o ultrassom não oferece informações claras, a ressonância magnética de pelve pode ser indicada.
Tratamentos da adenomiose
O tratamento pode ser feito de forma medicamentosa ou cirúrgica, dependendo da gravidade dos sintomas da adenomiose. No tratamento clínico, o foco é o controle da dor e dos sangramentos excessivos, sendo frequentemente utilizados anticoncepcionais hormonais, como pílulas, adesivos, anel vaginal ou DIU hormonal. Se o tratamento clínico não for eficaz, o tratamento cirúrgico pode ser necessário.
Em casos muitos específicos de adenomiose focal, onde a doença está restrita a uma área específica do útero, é possível realizar a remoção do adenomioma, que são as lesões da doença, por meio de cirurgia robótica. No caso de adenomiose difusa e resistente aos tratamentos clínicos, o procedimento cirúrgico de retirada de útero pode ser uma opção.
Para casos mais graves, onde os sintomas da adenomiose são intensos e as intervenções clínicas não surtem efeito, pode ser indicada a histerectomia total ou subtotal, que consiste na remoção do útero e, em alguns casos, das trompas uterinas. Esse procedimento elimina as dores e os outros incômodos, mas é recomendado apenas para mulheres que não desejam engravidar.
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Fontes:
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)