Aproximadamente 80% das mulheres com endometriose convivem com sintomas que afetam sua qualidade de vida
A mulher é culturalmente levada a crer que as dores durante o período menstrual são normais, independentemente de sua intensidade, e que deve lidar com elas utilizando apenas analgésicos e anti-inflamatórios comuns. Porém, poucas sabem que as dores fortes, tanto na pelve quanto no abdome e outras regiões do corpo, podem ser sintomas da endometriose, condição ginecológica que deve ser investigada e tratada. Alguns estudos mais recentes comparam a intensidade de cólicas de mulheres com endometriose à de um infarto agudo do miocárdio.
Na endometriose, o tecido que reveste a camada interna do útero, o endométrio, passa a se replicar em locais fora deste órgão, seja na cavidade pélvica, abdominal ou até em órgãos mais distantes. Porém, mesmo estando em outros sítios anatômicos, essas células respondem ao estímulo hormonal do estrogênio e crescem durante o período menstrual, causando dores nos locais em que estão implantadas.
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Quais são os fatores de risco da endometriose?
Embora não se saiba ao certo quais são os mecanismos que causam a endometriose, os estudos epidemiológicos permitem afirmar que mulheres de todas as idades e origens étnicas podem ser afetadas por essa condição, mas algumas condições aumentam os riscos, tais como:
- Idade: a endometriose é mais comum de ser diagnosticada entre os 25 e 35 anos;
- Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau, como mãe ou irmã, com endometriose;
- Irregularidade do ciclo: ciclos menstruais muito curtos (menos de 27 dias) ou menstruações longas (mais de sete dias);
- Menarca precoce: ter começado a menstruar antes dos 11 anos;
- Nunca ter tido filhos.
Principais sintomas da endometriose
Os sintomas da endometriose podem variar amplamente entre as mulheres, sendo que algumas podem apresentar sintomas leves ou até mesmo ser assintomáticas.
Cólica menstrual progressiva
A cólica menstrual é um dos principais sintomas da endometriose, sendo muitas vezes mais intensa do que a cólica menstrual típica. As dores geralmente começam alguns dias antes do início da menstruação e se intensificam gradualmente, podendo debilitar e interferir nas atividades diárias.
Dor durante a relação sexual
A dor durante a relação sexual, conhecida como dispareunia de profundidade, é outra característica comum da endometriose. Essa dor pode ocorrer durante ou após o sexo e pode ser sentida profundamente no abdômen, na pelve ou na região lombar, afetando a qualidade de vida e a intimidade do casal.
Dificuldade e dor para evacuar e urinar
Quando o tecido endometrial se prolifera no intestino e na bexiga, os sintomas da endometriose podem se expressar na evacuação ou na micção, tal como constipação crônica ou diarreia, além de dor para urinar ou evacuar, podendo ser acompanhada de sangramento uretral ou retal, no período menstrual.
Infertilidade
A infertilidade é uma preocupação significativa de grande parte das mulheres com endometriose. A infertilidade acomete de 30% a 50% das mulheres com endometriose. Além disso, pacientes com grau intenso de endometriose podem ter mais dificuldade de engravidar e levar a gestação adiante, por conta da distorção da cavidade causada pela doença. Portanto, cada caso deve ser individualmente avaliado pelo ginecologista.
Sangramento na urina ou fezes no período menstrual
Nas situações em que a endometriose afeta o trato urinário ou gastrointestinal, a paciente pode ter sangramento na urina ou nas fezes durante o período menstrual.
Dor pélvica crônica
Além dos sintomas da endometriose especificamente associados ao ciclo menstrual, muitas mulheres com essa condição têm uma cronificação da dor pélvica, que se intensifica durante os ciclos e se mantém em menor intensidade ao longo do mês. Essas mulheres apresentam dores pélvicas de intensidade variada por mais de 6 meses.
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O que fazer em caso de suspeita de sintomas da endometriose?
Mulheres que apresentam sintomas da endometriose devem procurar atendimento médico especializado com uma ginecologista experiente, pois, caso o diagnóstico seja confirmado, é necessário iniciar um tratamento para controle da dor.
Como diagnosticar a endometriose?
O diagnóstico da endometriose é frequentemente desafiador, uma vez que os sintomas podem ser semelhantes aos de outras condições médicas. Porém, mediante fatores de risco e quadro clínico – que fala a favor da doença –, o ginecologista deve iniciar a investigação diagnóstica, e para isso pode realizar exames de imagem que ajudam tanto a descartar outras condições quanto aumentam a probabilidade de ser, de fato, endometriose. Entre eles, estão a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética de abdômen e pelve, também com preparo intestinal antes do exame.
Grande parte das vezes, as informações obtidas até esse momento permitem iniciar um tratamento para os sintomas da endometriose. Porém, caso a condição seja refratária ao tratamento clínico, é possível prosseguir o tratamento com cirurgia minimamente invasiva com laparoscopia ou cirurgia robótica, procedimento cirúrgico em que uma câmera é inserida na pelve, permitindo ao médico visualizar diretamente a cavidade pélvica e avaliar os locais em que endometriose acomete. Assim, a cirurgiã pode remover todo tecido endometriótico durante o procedimento e enviar para análise laboratorial.
É importante destacar que, embora o diagnóstico da endometriose possa ser desafiador, ele é fundamental para o manejo eficaz da condição e para que as mulheres que vivem com essa condição possam levar uma vida saudável e ativa.
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